O Coro Juvenil do NEOJIBA, principal formação de canto coral do programa social do Governo da Bahia, apresentou a ópera inglesa "Dido e Eneias", de Henry Purcell, do ano de 1689, com direção cênica de Márcio Meirelles e direção musical e regência de Lucie Barluet, neste último fim de semana (24 e 25), no palco e galerias do Teatro Vila Velha.

Casa cheia, nas duas sessões do sábado (24) e nas duas do domingo (25), a ópera encerrou as comemorações pelos 14 anos do NEOJIBA e teve um público eclético, sedento de arte, de palco, de ser plateia presencial e poder aplaudir de pé, como ocorreu ao fim de cada apresentação. Cheio de emoção inusitada por assistir a uma ópera secular com temática ainda atual, produzida, integralmente, por profissionais que atuam em Salvador e trazendo um elenco de jovens talentosos com potenciais descobertos e trabalhados pelo NEOJIBA que transforma vidas, com a sua promoção socioeducativa.

A obra conta a história de amor e poder entre a rainha de Cartago Dido e o herói troiano Eneias. Na montagem do NEOJIBA foram dois elencos para as quatro apresentações, com cerca de 30 artistas envolvidos, sendo nove solistas, além de parte da Orquestra 2 de Julho, a principal formação orquestral do NEOJIBA. Nas artes, a ópera é o estilo dos mais completos e complexos, por envolver canto, teatro e música instrumental. Nesta formação, os protagonistas foram interpretados por Maria Fernanda Cardoso e Alexsandra Brasileiro, no papel de Dido, e Iuri Neery e Samuel Ressurreição, no papel de Eneias.

O Eneias das sessões da tarde de sábado e da manhã do domingo, Iuri Neery, nos contou, minutos antes de entrar em cena: “Eu fiz a primeira ópera infantil do NEOJIBA, em 2019, ‘O Pequeno Limpa -Chaminés’, e fui solista. ‘Dido e Eneias’ é a primeira ópera do Coro Juvenil e algo novo para todos nós. As sensações são múltiplas. Poder protagonizar, ser solista e atuar cercado de pessoas brilhantes, está sendo magnífico para mim!”

Já para Maria Fernanda Cardoso, uma das duas cantoras que interpretaram Dido, estar de volta ao convívio com os colegas foi um dos grandes ganhos, neste espetáculo, o maior que já fez. “Para o cantor, aprender a interpretar, além da música, juntando o canto com a interpretação teatral, faz toda a diferença. Os músicos têm o poder do som do instrumento. A maior força que o cantor tem, são as palavras. Tem sido muito gostoso e enriquecedor, esta construção!” – refletiu ela.

Lucie Barluet,diretora musical e regente da ópera, comenta que os integrantes do NEOJIBA têm o dom dentro deles. “A gente só busca a semente que está dentro destes jovens. Ajudamos eles a acreditarem em seus potenciais que, muitas vezes, nem sabem que os têm. É incrível ver este crescimento! É muito lindo. É muita emoção!”

Beleza e dignidade

Emoção foi o sentimento que imperou nos corações que estiveram presentes no Teatro Vila Velha, neste último fim de semana. O cantor, músico e ator baiano Fernando Marinho é membro do Conselho Consultivo do NEOJIBA e saiu da Ópera, encantado: “A ópera é a mais integradora das artes. Um grande exercício para a formação de qualquer artista. O NEOJIBA para mim é uma ópera sociocultural, um centro social de convívio, a partir da atividade artística. Uma junção de talentos, em diferentes linguagens. Aí está a complexidade do processo operístico e esta junção, com a direção de Márcio Meireles, deu um resultado deslumbrante. Beleza e dignidade são o selo do Programa, em tudo que faz, numa riqueza impagável. Parabéns ao NEOJIBA por todo o trabalho e pelos 14 anos de excelência!”

A Deputada Federal Lídice da Mata, também prestigiou o espetáculo. Ela que foi uma das responsáveis pela Emenda que aprovou a implantação do NEOJIBA, disse da emoção de assistir a um espetáculo que considerou fenomenal. “Cada dia me emociono mais com o NEOJIBA. Ando pelos bairros de Salvador e vou encontrando os meninos integrantes do Programa. Em Boa Vista de São Caetano, tem Bruno que toca violino. No Bairro da Paz, tem uma menina Ju que toca flauta. NEOJIBA se entranha nos bairros populares, identificando neles, grandes talentos. Axé! Viva o NEOJIBA!”

“Meu primeiro sim para o NEOJIBA, foi em 2007, quando eu disse sim ao cargo de Secretário de Cultura do Estado da Bahia com o coração e corpo pedindo a implantação do Programa que Ricardo Castro já havia me apresentado. 14 anos depois, outro sim para esta montagem de ‘Dido e Eneias’, em menos de dois meses, de forma híbrida - meio on-line, meio presencial, ainda cheio de restrições e uso de máscaras... Foi desafiante! Quero agradecer muuuito a eles, a estes dois elencos. Foram bravos. Foram incríveis. Se apropriaram desta linguagem que eles têm dentro de si, a linguagem complexa da arte. Muito obrigado!” – disse o Diretor Márcio Meirelles.

“Dido e Eneias” agradou de forma unânime às plateias heterogêneas que expressaram de pé, com aplausos longos e efusivos!

Este evento encerrou a Programação de Aniversário de 14 anos do NEOJIBA que é uma ação do Ministério do Turismo e Governo Federal, através da Lei de Incentivo à Cultura, e conta com o patrocínio da Solar Coca-Cola. Lembrando que o NEOJIBA é um programa social do Governo da Bahia, vinculado à Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) e gerido pelo Instituto de Desenvolvimento Social pela Música (IDSM).