Conheça a trajetória de Davi Calmon, grande vencedor do Prêmio NEOJIBA
- 21 dez, 2020
Ao longo da noite, à medida que os vencedores da primeira edição do Prêmio NEOJIBA iam sendo anunciados, Davi Calmon pensava se, sendo tão dedicado, não iria ganhar ao menos uma estante para partitura. Teve que esperar a última categoria da premiação, o Beethoven, para descobrir que tinha sido escolhido como o grande destaque entre os 1950 integrantes do programa. Ao invés da estante, o trompista da Orquestra 2 de Julho ganhou um ano de estudos na Suíça, com todas as despesas pagas.
Convidado a participar da cerimônia, Davi não escondeu a surpresa. "Estou em estado de choque. Vou fazer jus e aproveitar da melhor forma possível". A madrugada, que passou em claro, o ajudou a assimilar a ideia. "Vou continuar fazendo o que eu sempre fiz, que é estudar muito".
Davi começou a estudar música aos 13 anos na fanfarra do Colégio Estadual Dinah Gonçalves, no bairro de Valéria. Gostou tanto daquele universo que resolveu fazer um curso técnico, num outro colégio, o Manoel Novaes, no Canela. Foi lá que trocou o trompete pela trompa, um instrumento que ninguém queria tocar, o que para ele era mais um estímulo do que um obstáculo.
O Caminho até o NEOJIBA
Costumava ler sobre o NEOJIBA nos jornais e começou a ir até o Teatro Castro Alves para ver os concertos do programa, até ouvir que a Orquestra Castro Alves (OCA) estava com audições abertas. Mandou um e-mail para o maestro Marcos Rangel dizendo que queria participar, mas que não tinha instrumento. O maestro o ajudou e depois de passar as férias inteiras estudando, Davi foi aprovado, em 2017. Lembra de ter ficado "absurdamente feliz". "Era como se eu tivesse entrado em outro mundo".
Um ano depois, com o acompanhamento do professor Orlando Afanador, Davi conseguiu entrar na Orquestra 2 de Julho, a principal formação musical do NEOJIBA, e logo depois participou da sua primeira turnê internacional, na Europa. "Foi inesquecível ver a Philharmonie de Paris lotada. Parecia um estádio de futebol. Nunca imaginei que eu pudesse viver aquilo, de jeito nenhum".
Neste ano, com as atividades e apresentações presenciais suspensas, ele continuou estudando e tocando de casa, além de atuar como multiplicador no Núcleo de Prática Musical da Federacão. "O NEOJIBA não nos deixou na mão em momento nenhum. Então, o mínimo que eu podia fazer era retribuir".
Para Ricardo Castro, fundador e diretor-geral do NEOJIBA, Davi é um exemplo. "Nós só temos que nos orgulhar do seu crescimento como ser humano e como músico".
Confira a lista completa dos vencedores do Prêmio NEOJIBA:
1- Prêmio PROMS
1.1 Categoria Conectividade
Vencedora: Mariana Herwans M. de Oliveira (O2J - Oboé)
1.2 Categoria Criatividade e Inovação
Vencedora: Gabriela Dalcom de Oliveira (O2J - Iniciação Musical)
1.3 Categoria Participação
Vencedora: Taciane Silva Brito (OCA - Iniciação Musical)
1.4 Categoria Excelência Musical
Vencedora: Franca Daniela Marcano Ledezma (O2J - violino)
2- Prêmio Apadrinhe
2.1 Categoria Criatividade e Inovação
Vencedor: Paulo Martins de França (Coro Juvenil)
Menção honrosa: Tauana Santos Nunes da Cruz (Feira de Santana - Flauta transversal)
2.2 Categoria Participação
Vencedor: Paulo Silva dos Santos (OCA-Trombone)
3 - Prêmio Integrante
3.1 Categoria Participação
Vencedor (empate): Thiago da Silva Queiroz Nascimento (Bairro da Paz - clarineta/saxofone) e Isaias Roberto Pereira de Souza (OPE - Contrabaixo)
Menções honrosas: Doralice Bastos Santos Neta (SESI - clarineta) e Samara dos Santos Pereira (canto coral)
3.2 Categoria Excelência Musical
Vencedora: Ana Vitória Ribeiro Santana (CESA - violino)
Menção honrosa: Willian Pereira Rocha (Teixeira de Freitas - viola)
4- Categoria Melhor Núcleo do NEOJIBA
Vencedor: NTN Feira de Santana
Menção honrosa: NPM Canto Coral
5- Prêmio Beethoven
Vencedor: Davi Calmon Ramos (O2J - trompa)
Sobre o NEOJIBA
Criado em 2007, o NEOJIBA (Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia) promove o desenvolvimento e integração social prioritariamente de crianças, adolescentes e jovens em situações de vulnerabilidade, por meio do ensino e da prática musical coletivos. O programa é mantido pelo Governo do Estado da Bahia, vinculado à Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social e gerido pelo Instituto de Desenvolvimento Social Pela Música. Em 13 anos de atuação, o NEOJIBA atendeu, direta e indiretamente, mais de 10 mil crianças e jovens entre 6 e 29 anos.