Coro Juvenil encanta público em três dias da ópera "Acis e Galatea"

  • 27 set, 2024

Uma ópera barroca cheia de swing baiano. Nos dias 24, 25 e 26 de setembro, o Coro Juvenil do NEOJIBA apresentou no Teatro Salesiano, em Nazaré, uma nova montagem de  "Acis e Galatea", composta por Handel, com libreto de John Gay. A obra, que estreou em 1718, ganhou elementos contemporâneos e danças populares que embalaram a tricentenária história de amor, inveja e poder.

Os personagens principais foram apresentados ao público com um delicado jogo de luzes e sombras. Na trama, Acis, um pastor, se apaixona pela ninfa Galatea, causando inveja ao maquiavélico Polifemo.

Os cantores foram embalados pelos músicos da Orquestra NEOJIBA, sob regência de Lucie Barluet, e divididos em dois elencos. Os papéis principais foram interpretados por Felipe Dias e Mateus Oliveira (Acis), Alessandra Lima e Maiane Santa Isabel (Galatea), Dandê Azevedo e Marcos Paulo Pinto (Polifemo) e por Sofia Martin, Ari Barbosa e Junior Oliveira (Damon).  

A ópera encantou o público, como o ator Jackson Costa, que esteve no Salesiano no último dia de apresentações. "É muito importante que a gente tenha essa diversidade de espetáculos. A gente está vendo cantores, que não têm essa prática, atuando em uma ópera. Isso faz todas as linguagens se enriquecerem cada vez mais. Parabéns por esse trabalho maravilhoso".

O coreógrafo Zebrinha também ficou feliz com a apresentação. "Fiquei deveras emocionado. Esse trabalho é, antes de tudo, necessário, porque mostra que os nossos jovens são capazes de fazer o que quiserem, podem desenhar o destino deles do jeito que quiserem. Saio daqui acreditando que há esperanças".

Três vezes ópera

Essa é a terceira ópera apresentada pelo Coro Juvenil em quatro anos. Em 2023, o grupo apresentou "Dulcinéia e Trancoso", do paraibano Eli-Eri Moura, e em 2021, a ópera barroca "Dido e Enéas", de Purcell. Presente nos três trabalhos, Chica Carelli, diretora cênica em "Acis e Galatea", conta que os integrantes estão cada vez mais familiarizados com essa linguagem. "Eles estão entrando no ritmo mais facilmente, tendo menos bloqueios, entendendo melhor o que é uma marcação, o que é uma coreografia. Essa evolução fez com que a gente conseguisse montar uma ópera em tão pouco tempo. Tentamos trazer a obra para o corpo deles, para a realidade de hoje, para criar uma relação emocional e concreta".

Lucie Barluet, regente e diretora musical da ópera, também percebe a evolução dos integrantes. "Mais uma vez, foi uma experiência incrível. Fizemos três óperas bem diferentes. No primeiro ano, quando a gente começou a fazer teatro, dança, eles estranharam. E este ano já foi muito rápido. É muito legal ver como eles estão pegando a energia da ópera, que não é só canto, tem muita movimentação. O resultado foi lindo. A  gente viu como a energia deles, a felicidade, foi transmitida para a plateia".

Thais Gomes, assessora jurídica da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, pasta ao qual o NEOJIBA é vinculado, sentiu de perto toda essa energia. Ela está grávida, assim como Lucie. "Foi lindo, emocionante. Os meninos representando tão bem, tão alegres, bem preparados, os músicos… Meu nenê mexeu a ópera inteira. Acho que ele adorou também".

"Acis e Galatea" teve coreografia de Marcelo Galvão,  figurino de Zuarte Jr. e luz de Luciano Santos.  As apresentações contaram com patrocínio da Nubank, por meio da Lei de Incentivo à Cultura.

Sobre o programa NEOJIBA

Criado em 2007, o NEOJIBA (Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia) promove o desenvolvimento e integração social prioritariamente de crianças, adolescentes e jovens em situações de vulnerabilidade, por meio do ensino e da prática musical coletivos. O programa é mantido pelo Governo do Estado da Bahia, vinculado à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, e gerido pelo Instituto de Desenvolvimento Social Pela Música. Em 17 anos, o NEOJIBA atendeu, direta e indiretamente, cerca de 30 mil crianças, adolescentes e jovens entre 6 e 29 anos. Atualmente, o programa beneficia 2,4 mil integrantes diretos em seus 13 núcleos, em Salvador e em 6 cidades do interior da Bahia, e 6 mil indiretos em ações de apoio a iniciativas musicais parceiras.


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