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"Turnê da Liberdade" emociona público em sete estados do Norte e Nordeste do Brasil

  • 21 ago, 2023

Um mar abraçando um rio. Assim pode ser descrita a "Turnê da Liberdade", em que o NEOJIBA celebrou o Bicentenário da Independência do Brasil na Bahia partindo do mar de Salvador em direção ao Rio Amazonas. Em agosto, 150 jovens instrumentistas e cantores do programa do Governo da Bahia viajaram pelo Norte e Nordeste do país promovendo dez apresentações em sete estados, sempre com casa cheia, deixando um público maravilhado pelo caminho. 

A turnê começou em Aracaju, no dia 5, e passou por  Maceió (7), Recife (8), João Pessoa (9 e 10), Mossoró (12 e 13), Manaus (17 e 18) e Salvador (20), sempre com apresentações gratuitas. Os ingressos esgotaram-se em 9 dos 10 concertos, uma demonstração do alcance nacional conquistado pelo NEOJIBA. O programa é referência no Brasil e no mundo em promoção de desenvolvimento social por meio da música.

Para Ricardo Castro, fundador e diretor-geral do NEOJIBA, a "Turnê da Liberdade" comprovou, mais uma vez, que o programa está percorrendo um "excelente caminho". "Foi a maior turnê que já realizamos, em termos de número de pessoas. É sempre uma experiência enriquecedora, que traz muitas informações importantes a respeito das capacidades extraordinárias desses jovens, mas também a respeito da competência dessa equipe do IDSM, que já montou diversas turnês nacionais e internacionais, todas com grande sucesso".

O público dos 10 concertos chegou a mais de 7000 pessoas. Em Manaus e Salvador, o público ganhou mais um presente, o de ouvir a sublime violinista japonesa Midori, Mensageira da Paz da ONU e uma das maiores intérpretes do nosso tempo, que se convidou para tocar com a Orquestra NEOJIBA. Esta foi a terceira vez que Midori se apresentou ao lado dos músicos, entre turnês nacionais e internacionais. "É sempre um prazer trabalhar com esses jovens. Em cada encontro, percebo um crescimento, um pouco mais de confiança, uma melhor escuta. Fazer parte desse progresso é uma experiência fantástica", contou. "O NEOJIBA é um programa absolutamente incrível. A música realmente transforma a vida desses jovens. É isso que os projetos e programas deveriam estar fazendo em todos os lugares do mundo". 

Evolução, beleza e encanto

Toda a viagem, desde a saída até o retorno a Salvador, foi acompanhada por Ana Vilas Boas, coordenadora do NEOJIBA na Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, pasta a qual o programa é vinculado. "É uma alegria imensa estar acompanhando esses jovens, vendo a evolução, a beleza, o encantamento que eles estão produzindo e levando para o Brasil inteiro. É dizer da importância dessa turnê para eles e para o Governo do Estado da Bahia. É nesse momento que a gente percebe como despertar lideranças, como eles conseguem estabelecer vínculos, como isso fortalece sua auto-estima, a sua vontade de ser e fazer sempre. E no coletivo isso fica muito mais potente, muito mais encantador".

A Turnê da Liberdade contou com patrocínio da PetroReconcavo, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Wellinton Chaves, que é gerente administrativo e financeiro da PetroReconcavo, assistiu ao concerto em Mossoró, onde funciona uma das sedes da empresa. "É muito especial, muito importante para nós poder levar cultura por todo o Norte e Nordeste do país. O NEOJIBA já se mostrou muito forte no Estado da Bahia e essa turnê ajuda a fazer com que outros estados venham a conhecer realmente essa qualidade que existe no programa. É algo que tem que ser copiado. Queremos apoiar e participar sempre desse crescimento". 

Intercâmbio cultural 

Em Mossoró e outras cidades por onde a turnê passou, os integrantes do NEOJIBA participaram de intercâmbios culturais com projetos de educação musical. No interior do Rio Grande do Norte, o encontro foi com as crianças do Tapera das Artes, que também é apoiado pela PetroReconcavo. 

Em João Pessoa, os integrantes promoveram ações pedagógicas com os alunos do PRIMA (Programa de Inclusão Através da Música e das Artes), que foi inspirado no NEOJIBA e hoje oferece atividades para mil alunos distribuídos em 23 polos no estado. "A presença do NEOJIBA aqui é um fortalecimento dessa parceria e nos envaidece tê-los aqui, porque é a fonte de inspiração do nosso programa. Apesar de termos características próprias, há uma convergência no sentido de serem programas de inclusão social", conta Milton Dornellas, diretor do PRIMA.

Em Recife, as trocas aconteceram com 120 crianças e adolescentes do projeto Criança Cidadã, que participaram do ensaio e até subiram ao palco para tocar uma peça ao lado dos integrantes da Orquestra NEOJIBA. O coordenador pedagógico artístico-musical do projeto é Guilherme Teixeira, que também foi coordenador de violino do NEOJIBA.

Concertos sinfônicos com música brasileira contemporânea

Os concertos sinfônicos da "Turnê da Liberdade" levaram ao público música brasileira contemporânea, traduzindo nas obras apresentadas a viagem do mar da Bahia aos rios da Amazônia. O programa contou com  "É doce morrer no mar", para coro à capela, de Dorival Caymmi e Jorge Amado, com arranjo coral de Ernst Widmer,  " 'Stamos em pleno Mar ", do carioca André Mehmari, com letra do poeta Castro Alves, "Traços Brasilis", do baiano Wellington Gomes, e "Canticum Naturale", do catarinense Edino Krieger, inspirada nos sons da floresta amazônica. A peça teve solo da talentosa soprano Emyle França, do Coro NEOJIBA.

Compositores europeus consagrados também estiveram no repertório dos concertos, como o checo Antonín Dvořák, com o "Romance op. 11 para violino e orquestra", e Robert Schumann, com o "Concerto para violino e orquestra em ré menor". As peças tiveram como solistas os spallas da Orquestra NEOJIBA, Eliel Santana e Isabela Rangel, com exceção dos concertos de Manaus e Salvador, em que Midori foi a solista. As apresentações foram regidas por Marcos Rangel, Eduardo Torres e Ricardo Castro. 

Ópera nordestina viajando pelo Brasil 

Além do concerto sinfônico, a Orquestra e Coro NEOJIBA também apresentaram durante a turnê a ópera nordestina "Dulcinéia e Trancoso", composta pelo paraibano Eli-Eri Moura, com libreto de W. J. Solha. A primeira cidade a receber o espetáculo foi João Pessoa, terra de Moura. Ele estava na plateia para a estreia e ficou comovido com a apresentação. "Foi simplesmente emocionante! A performance, de altíssima qualidade, levada a cabo por jovens cantores e instrumentistas de imenso talento, foi um presente para mim e para o meu parceiro W. J. Solha. Além de grande nível técnico, os meninos e meninas do NEOJIBA são de uma energia contagiante e de muita expressividade musical no palco". 

Inspirada na obra “A Pedra do Reino” do escritor Ariano Suassuna, "Dulcinéia e Trancoso" é uma emocionante e mágica mistura entre elementos das culturas nordestina e ibérica, reunindo personagens como o próprio Ariano Suassuna, Miguel de Cervantes, Dom Quixote e a Compadecida. É considerada a primeira ópera armorial, movimento idealizado na década de 1970 por Suassuna para valorizar a arte popular do Nordeste Brasileiro. 

A Sala de Concertos Maestro José Siqueira, na capital paraibana, ficou lotada para a apresentação, que aconteceu no dia 9/8. O músico Victor Figueiredo esteve por lá e falou da alegria de ver uma obra tão representativa do povo nordestino. "Para mim é maravilhoso ver uma galera jovem, talentosa pra caramba, fazendo esse trabalho. A música armorial é exatamente o que o povo brasileiro e nordestino é: um povo extremamente resistente. E que artistas resistentes como Eli-Eri consiguam fazer essa obra ser de uma dimensão universal. O NEOJIBA é um trabalho sensacional que deveria ser implantado no Brasil inteiro. A gente precisa disso. Vocês estão ensinando a gente como fazer".

"Dulcinéia e Trancoso" teve regência da maestrina Lucie Barluet, com direção cênica de Chica Carelli, direção de movimento de Luana Serrat e figurino de Zuarte Jr. Os solistas foram os próprios integrantes do NEOJIBA, com Maiane Santa Izabel como Dulcinéia, Thiago Alves como Trancoso, Samuel Marques como Ariano Suassuna, Ed Silva como Cervantes, Iuri Neery como Bozo, Guilherme Bispo como Dono do Circo, Alessandra Lima como A Compadecida e Camila Ceuta como A Morte. 

Além de João Pessoa, a ópera passou ainda por Mossoró, no Teatro Municipal Dix Huit Rosado, no dia 12/8, e pelo majestoso Teatro Amazonas, em Manaus, no dia 17/8. Um dos principais palcos para a ópera no Brasil, o Teatro Amazonas foi o mais aguardado pelos integrantes, que foram aplaudidos de pé pelo caloroso público manauense.  Integrante do Coro Juvenil, Sinara Santana conta que viveu ali um momento de "transcendência". "Achei que me apresentar naquele lugar fosse algo que eu só iria alcançar em vinte, trinta anos… Foi uma noite linda, acima do que eu sonhava".

Confira imagens da "Turnê da Liberdade":

Aracaju (Teatro Tobias Barreto)- 5/8

Maceió (Teatro Gustavo Leite) - 7/8

Recife (Teatro de Santa Isabel) - 8/8

João Pessoa (Sala de Concertos Maestro José Siqueira) - 9/8 (ópera) e 10/8 (concerto)

Mossoró (Teatro Dix Huit Rosado) - 12/8 (ópera) e 13/8 (concerto)

Manaus (Teatro Amazonas )- 17/8 (ópera) e 18/8 (concerto)

Salvador (Casa Salvatore) - 20/8

Sobre o NEOJIBA

Criado em 2007, o NEOJIBA (Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia) promove o desenvolvimento e integração social prioritariamente de crianças, adolescentes e jovens em situações de vulnerabilidade, por meio do ensino e da prática musical coletivos. O programa é mantido pelo Governo do Estado da Bahia, vinculado à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, e gerido pelo Instituto de Desenvolvimento Social Pela Música. Em 16 anos, o NEOJIBA atendeu, direta e indiretamente, mais de 12 mil crianças, adolescentes e jovens entre 6 e 29 anos. Atualmente, o programa beneficia 2.300 integrantes diretos em seus 13 núcleos, em Salvador e mais 6 cidades do interior da Bahia, e 4.500 indiretos em ações de apoio a iniciativas musicais parceiras.


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