Livro conta história e metodologia inovadoras do NEOJIBA
- 24 ago, 2020
O economista José Sérgio Andrade costuma dizer que existem dois grupos de pessoas em Salvador: os que são apaixonados pelo NEOJIBA e os que ainda não conhecem o programa. Membro ilustre do primeiro grupo, José Sérgio dedicou os últimos dois anos a escrever o livro “NEOJIBA: A Prática Artística como Meio de Desenvolvimento Humano”, que foi lançado virtualmente na última sexta-feira, 21/8. Esta é a primeira publicação voltada ao grande público a contar a história e metodologia inovadoras do programa social do governo da Bahia, criado em 2007. Toda a renda do livro, que já está à venda no site da Editora Quarteto, será revertida integralmente ao NEOJIBA.
Durante o evento de lançamento, conduzido por Ricardo Castro, diretor-geral do NEOJIBA, José Sérgio contou que conheceu o programa em 2008, depois de aceitar o convite do amigo Augusto Sampaio para assistir a um concerto da Orquestra Juvenil da Bahia no Teatro Castro Alves. "Ao entrar, fiquei estarrecido, chocado. O teatro estava quase lotado e o público era formado por pessoas simples, humildes. A princípio, não entendi, porque a música erudita normalmente não atinge esse público. Quando a orquestra executou a primeira parte, foram tantos aplausos... Jamais vou esquecer aquele entusiasmo, aquela alegria. Depois, descobri que os músicos também eram jovens de bairros periféricos de Salvador. Ali resolvi que iria estudar uma maneira de contribuir".
Ricardo agradeceu a "dupla ação de generosidade" do autor. "É muito importante para uma política pública como a nossa poder ter parte dessa história registrada, explicando para as pessoas de onde a gente vem, por que, para que, quais foram as ideias que fizeram germinar essa semente. Todos nós integrantes do NEOJIBA estávamos esperando por isso”.
Jones Carvalho, superintendente da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), ao qual o NEOJIBA é vinculado, também participou do encontro e falou sobre a importância do programa. "O NEOJIBA hoje é um patrimônio do Estado da Bahia. É um programa que se transformou em algo muito maior, ganhou vida própria. A gente tem uma satisfação imensa de ver isso acontecer, de olhar a mudança na vida das pessoas, dos jovens. Esse livro vai estar em lugar de destaque nas bibliotecas, porque o NEOJIBA já está no coração dos baianos".
Viagem no tempo
O lançamento do livro, que foi transmitido ao vivo pelo Facebook, contou ainda com as participações do professor Manoel de Barros, presidente do conselho do Instituto de Desenvolvimento Social pela Música, responsável pela gestão do NEOJIBA, do diretor musical Eduardo Torres, do diretor educacional José Henrique de Campos e da coordenadora de flauta Ana Júlia Bittencourt, que integra o NEOJIBA desde a sua fundação.
Aos 21 anos, Ana Júlia estava prestes a se formar na Escola de Música da Universidade Federal da Bahia e não via muitas perspectivas para uma jovem flautista em Salvador, até conhecer o NEOJIBA. "Já estava determinada em recomeçar com outra graduação, cursar administração, até que um amigo pegou na minha mão e me levou até o TCA para fazer a seleção para o programa. Acabei me tornando monitora de flauta. Foi maravilhoso, só tenho a agradecer. O NEOJIBA me transforma positivamente até hoje". A leitura do livro fez com que ela revivesse todas essas memórias. "Foi como uma viagem no tempo. Fiquei encantada, emocionada de lembrar tantos momentos e conquistas incríveis".
Sobre o NEOJIBA
Criado em 2007 pelo pianista e maestro baiano Ricardo Castro, o NEOJIBA (Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia) promove o desenvolvimento e integração social prioritariamente de crianças, adolescentes e jovens em situações de vulnerabilidade, por meio do ensino e da prática musical coletivos. O programa é mantido pelo Governo do Estado da Bahia, vinculado à Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social e gerido pelo Instituto de Desenvolvimento Social Pela Música. Em 12 anos de atuação, o NEOJIBA atendeu, direta e indiretamente, mais de 10 mil crianças e jovens entre 6 e 29 anos.
Desde 19 de março de 2020, os 1970 integrantes do Programa estão tendo aulas e atendimento psicossocial online. As atividades presenciais foram suspensas nos 13 núcleos em Salvador e no interior do Estado como medida de prevenção à pandemia da COVID-19.