Cerca de setenta integrantes da Orquestra Dois de Julho e da Orquestra Castro Alves participaram de um bate-papo com o psicólogo Alessandro Marimpietri. O encontro, promovido pelo setor de Desenvolvimento Social, aconteceu no dia 13/4 por meio do NEOJIBA ONLINE, sistema de ensino a distância do programa. Durante a conversa, Marimpietri contou que as três saídas mais comuns que as pessoas têm encontrado para lidar com a pandemia são o pânico, a negação e o enfrentamento da realidade. E como não adianta se desesperar, nem fingir que nada de grave está acontecendo, o enfrentamento da realidade é a melhor maneira de seguirmos em frente, com a “espinha reta e o coração tranquilo”. “Nós precisamos enfrentar esse cenário, que é inédito, para nos protegermos adequadamente. A melhor saída é um enfrentamento crítico, mas esperançoso”.

Uma das maneiras de fazer essa “travessia com menos dor”, defende Marimpietri, é estabelecer rotinas, com períodos de estudo, atividade física, diversão, relações pessoais, descanso. Elas podem mudar a cada semana, para diminuir aquela sensação de que os dias estão todos iguais.  Outro modo de cuidar da saúde mental é expressar os sentimentos, filtrar as inúmeras informações que estamos lendo por aí e espalhar histórias positivas.

Um dos integrantes da Orquestra 2 de Julho, perguntou como poderia manter a concentração e a disciplina, para transformar “todo esse tempo livre em algo útil”. Marimpietri reforçou a importância da rotina. O ideal é que ela fique visível e que as atividades sejam fracionadas ao longo do dia. Alguns integrantes também disseram que não estão conseguindo dormir bem, por conta da ansiedade. Marimpietri recomendou atividade física, manter uma rotina e, se necessário, procurar ajuda de um psicoterapeuta.

Olgair Marques, coordenadora de Desenvolvimento Social do NEOJIBA, lembrou aos integrantes que o setor permanece aberto a ouvi-los e que eles podem fazer contato a qualquer momento.  “Seguimos acompanhando os integrantes em todas as atividades. Fazer momentos como esse, de descontração, para orientá-los durante a rotina, vai ser útil tanto para a vida pessoal de cada um, quanto para o cumprimento das atividades no NEOJIBA. É uma forma de proporcionar um melhor desenvolvimento, além de passar informações seguras do momento que estamos vivendo”, disse. 

Alessandro Marimpietre é psicólogo, professor, neuropsicólogo e doutor em Ciência da Educação. Instagram : @alessandromarimpietre

Sobre o NEOJIBA

Criado em 2007 pelo pianista e maestro baiano Ricardo Castro, o NEOJIBA (Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia) promove o desenvolvimento e integração social prioritariamente de crianças, adolescentes e jovens em situações de vulnerabilidade, por meio do ensino e da prática musical coletivos. O programa é mantido pelo Governo do Estado da Bahia, vinculado à Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social e gerido pelo Instituto de Desenvolvimento Social Pela Música.

Em 12 anos de atuação, o NEOJIBA atendeu, direta e indiretamente, mais de 10 mil crianças e jovens entre 6 e 29 anos. As apresentações das suas quatro formações orquestrais e dos seus núcleos de prática musical já foram vistas por mais de 830 mil pessoas no Brasil e no exterior.