Palestra sobre Empreendedorismo Negro integra Semana de Formação Jovem Aprendiz

  • 26 fev, 2019

A palestra Empreendedorismo Negro, ocorrida no dia 22 de fevereiro (sexta-feira), penúltimo dia da Semana de Formação Jovem Aprendiz, abordou as principais questões sobre como se relacionar com o mercado de trabalho sendo um (a) jovem negro(a) no Brasil.

Promovida pelo IASPM em parceria com o Ministério do Trabalho (MTE), a palestra foi ministrada pela cineasta baiana Larissa Fulana de Tal na Sala de Ensaio do Teatro Castro Alves. O aprofundamento do tema, dentro dos arcos formativos previstos pela Lei de Aprendizagem do MTE, partiu da necessidade de aprender sobre empreendedorismo e meios de melhoria da condição financeira da população negra, abordando estratégias para enfrentar as mazelas sociais às quais uma parcela da população está submetida.

Sendo a maioria dos alunos afrodescendentes, a temática levantou possíveis métodos para se adentrar o mercado de trabalho utilizando algumas ferramentas, como por exemplo: cotas, editais e outras chamadas públicas, além de contratos formalizados como Microempreendedor Individual (MEI).

Larissa Fulana de Tal, palestrante convidada, formou-se pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) em 2015 e hoje assume como diretora na empresa audiovisual Rebento Filmes, com produções focadas em recortes sociais para o cinema. A partir de suas vivências, como profissional e mulher negra, orientou cerca de 60 jovens que receberam formação profissional e aprenderam sobre disciplina, comprometimento, autoestima e cooperação.

                

 “A população negra, em geral, vive em urgência. Trago estratégias sobre como se comunicar através de articulações e ferramentas que podem ajudar a driblar as angústias que perpassam o cotidiano. Como planejar, refletir e gestar seus próprios projetos como meios de empreender contribuindo para a mudança da sociedade", afirmou Larissa.

Segundo o Sebrae, a maior parte dos empreendedores brasileiros é afrodescendente. Agora, 7,7 milhões de negros ou pardos são donos de negócio, o que significa mais de 60% dos empreendedores registrados pelo programa MEI.

Para a cineasta, é importante que o jovem encontre formas alternativas de empreender para poder buscar a sua sobrevivência dentro da estrutura social capitalista: “tenho refletido muito como potencializar meu trabalho a partir do lugar que estou. Entender sobre burocracias, mercado cultural e relacionamento são passos possíveis e importantes para encarar o mercado”, contou a diretora.

 

 

A aluna Lívia Silva, 17 anos, contou que já havia surgido o assunto ‘empreendedorismo negro’ em casa, com sua mãe, mas elas pouco sabiam o que isso significava. “Eu me senti representada, principalmente quando ela falou sobre cotas. Quando chegar em casa, vou ter uma conversa com minha mãe sobre isso, porque agora eu sei o que significa empreendedorismo negro. Eu tenho orgulho de dizer que vou alcançar meu objetivo profissional”, exclamou a jovem instrumentista. 

 

Orientação profissional

A atividade integrou a programação que contou com diversas palestras e oficinas, ministradas por professores da casa e convidados, com disciplinas como: Comunicação, Direitos Humanos e Diversidade Cultural, Saúde, Direitos Trabalhistas, Educação Financeira e para o Consumo, Inclusão Digital, entre outras.

O programa de aprendizagem do MTE, regulamentado pela Lei 10.097/2000, prevê orientação profissional e responsabilidade social para jovens a partir de 14 anos, na condição de aprendizes que ingressam em empresas para aprender uma profissão.
 


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