Jovens solistas protagonizam concerto do NEOJIBA no TCA

  • 23 nov, 2017
Tema da apresentação foi sugerido pelos próprios membros da Orquestra
A noite de ontem (22) colocou em destaque jovens solistas do NEOJIBA. Acompanhados pela Orquestra Juvenil da Bahia, sob a regência de Eduardo Torres, diretor musical do Programa, grupos de câmara e integrantes apresentaram obras concertantes de diferentes períodos da música de concerto. A definição do tema deste concerto foi feita com sugestão da própria Orquestra, no início do ano. Quem esteve no Teatro Castro Alves ouviu composições de Béla Bartók, Robert Schumann, Carl Reinecke, Antonio Vivaldi e Mark Ford. A primeira a subir ao palco foi a oboísta da Orquestra Castro Alves, Paola Giovanna. De cima do podium, a integrante de apenas 13 anos solou o primeiro movimento do Concerto para Oboé, de Vivaldi. Concentrada e de olhos fechados, Paola disfarçou o nervosismo e mostrou ao público o resultado de um ano de estudo desta obra do período barroco. “Eu comecei a tocar essa peça ano passado e fiquei muito surpresa quando Sandra Romero, coordenadora de oboé no NEOJIBA, me indicou para ser uma das solistas deste concerto”, conta a jovem musicista. Depois foi a vez do Quarteto de Trompas da Bahia. Formado por Paula Guimarães, Uriel Borges, Davi Brito e Orlando Afanador, o grupo apresentou a Peça Concertante para Quatro Trompas, de Shumann, uma típica obra do período romântico. “Ficamos muito contentes da nossa proposta ter sido aceita. Essa é uma obra que apresenta a trompa da melhor forma, com todas as suas possibilidades de timbre, ritmo, técnica. Além disso, fazer essa apresentação junto com os nossos colegas é ainda mais especial”, comenta Orlando Afanador. Para fechar a primeira parte do concerto, subiu ao palco o trio MultiFaces. David Martins, Fábio Santos e Aquim Sacramento, juntos na mesma marimba, tocaram Fantasia Stubernic, de Ford. A composição tem cerca de 10 anos e foi a mais recente apresentada na noite. “Essa será a primeira vez que essa música vai ser tocada ao vivo no Brasil. É muito importante para nós poder fazer essa estreia nacional, porque Mark é um compositor e percussionista que nós admiramos muito. Então é uma grande satisfação apresentar a obra dele para o público de Salvador”, afirma David. Quem abriu a segunda parte, na volta do intervalo, foi Jonabade Batista. O chefe do naipe das flautas apresentou o Concerto Para Flauta e Orquestra, de Reinecke. Eduardo Torres definiu a obra como romântica tardia, por ter sido composta no início do século XX, depois do que se convencionou chamar de período romântico, porém com todas as características que marcaram esse estilo. “Foi a minha primeira vez como solista. Confesso que estava nervoso, mas meus colegas de orquestra me passaram segurança e eu consegui fazer uma boa apresentação”, revela o jovem flautista. Para fechar o concerto, a Juvenil da Bahia apresentou dois movimentos do Concerto para Orquestra, de Bartók. Essa também é uma obra da primeira metade do século XX e foi a última peça do compositor. Na composição, diferentes instrumentos ou naipes são destacados sucessivamente como solistas. “A obra exige muito da orquestra, tanto individualmente, quanto coletivamente. Toda a orquestra é convidada a compartilhar virtuosidade e ficamos muito satisfeitos com o resultado”, revela Eduardo Torres, regente do concerto. Surpresas e presenças ilustres A noite ainda teve a participação surpresa de integrantes do Núcleo Cordas Dedilhadas. O grupo está em turnê e têm se apresentado desde o início deste mês de novembro em escolas e bibliotecas da região no entorno do bairro de Nazaré. Eles encerram o projeto Turnê dos Núcleos do NEOJIBA, que vem sendo realizado desde abril. No TCA, os integrantes apresentaram com seus violões, cavaquinhos, bandolins e guitarras baianas três músicas: Asa Branca e Assum Preto, de Luiz Gonzaga, e Berimbau, de Vinicius de Moraes e Baden Powell. O concerto também teve a presença ilustre de estudantes do Centro Educacional Edgard Santos. Junto com eles, estava Fabya Reis, secretária estadual de promoção da igualdade racial (SEPROMI). No intervalo, a chefe da SEPROMI parabenizou o NEOJIBA pelos 10 anos e lembrou da importância do Programa para o combate à discriminação racial. “O NEOJIBA está de parabéns pelo trabalho que vem realizando nesses 10 anos. Muitos jovens negros estão sendo empoderados através dessas ações”, afirmou Fabya Reis. A Orquestra Juvenil da Bahia, no concerto de ontem (22), também contou com o reforço de quatro integrantes do Projeto Guri, de São Paulo. Gabriel José Santos (clarineta), Adriano Liberato Estraiotto (trompete), Natália Rizzo Neto (violino) e Guilherme Marques Caldas (viola) passaram a semana em Salvador num intercâmbio com o NEOJIBA. A apresentação no concerto foi momento de apresentar essa troca de experiências.

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