No último final de semana (29 e 30), o NEOJIBA iniciou uma série de ações que vai beneficiar 15 municípios e 30 projetos musicais membros da Rede de Projetos Orquestrais da Bahia. A iniciativa consiste em 42 Caravanas Pedagógicas, que acontecem em cidades do interior do Estado ao longo de um ano. Alguns dos primeiros municípios visitados foram Jacobina e Senhor do Bonfim, onde foram realizadas atividades de lutheria, prática instrumental e ensaio orquestral. A iniciativa conta com patrocínio do Ministério da Cultura, Cielo e Cateno, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Saiba mais: NEOJIBA lança programa de ações de formação no interior da Bahia Orquestra Regional da Costa do Descobrimento retoma ensaios Na cidade de Jacobina, participaram da Caravana integrantes das filarmônicas 2 de Janeiro e Juvenil Rio do Ouro, além dos membros do projeto Arte de Tocar. Todos eles vão formar a Orquestra Regional Piemonte da Diamantina, uma das cinco orquestras regionais que serão organizadas e ensaiadas nas Caravanas. Durante o final de semana houve ensaio geral e aulas com cada naipe. Os primeiros músicos que ministraram as aulas foram Orlando Afanador (trompa), Michele Girardi (trombone), Davi Martins (percussão) e Sandra Romero (oboé). Eles avaliam que a Caravana obteve um bom resultado. De acordo com Davi a recepção foi ótima e todos estavam bastante empolgados. “Meu trabalho foi com os alunos mais novos. A dificuldade técnica é perceptível, muito por causa da falta de alguém especialistas em percussão para orientá-los”, conta Davi. Para Michele, apesar de ser o primeiro encontro o resultado foi satisfatório. “Como o grupo que está sendo organizado é composto em sua maior parte por iniciantes, temos um trabalho duplo: ensaiar o repertório e trabalhar individualmente o ensino do instrumento”, afirma ele. Michele destaca a motivação dos músicos e espera que eles consigam dar continuidade ao trabalho realizado neste primeiro encontro. Já Sandra destaca a proatividade dos participantes da Caravana. “Eles estavam sempre prestativos, atentos, responderam positivamente a cada indicação e sugestão que demos para eles”. Ela deu aulas para o naipe de madeiras e ensinou todo o processo para se tocar no ensaio: “O aquecimento, a postura do corpo, a exposição para o ensaio”. De acordo com ela, mesmo os que tinham pouco tempo de instrumento se esforçaram para acompanhar o restante do grupo. Davi acredita que as Caravanas Pedagógicas iniciativas importantes da parceria do NEOJIBA com projetos do interior da Bahia. "Vemos que a carência de professor, de orientação deles é muito grande. A Caravana é importante porque passamos um pouco da nossa experiência para que eles consigam dar continuidade sozinhos, sabendo que nós estamos aqui dando um apoio”, revela. Senhor do Bonfim Leandro Mascarenhas (clarineta), Uriel Borges (trompa), Clara Letícia Nascimento (flauta) e Ismael Nascimento (lutheria) foram os monitores que viajaram até Senhor do Bonfim para realizar as atividades da Caravana Pedagógica na cidade. O jovens multiplicadores do NEOJIBA ministraram oficinas de técnica instrumental e luteria com os integrantes da Filarmônica União dos Ferroviários Bonfinenses. Ismael avalia a caravana como bastante produtiva. “Eu fiquei até surpreso porque muitos se interessaram pela lutheria, geralmente eles só querem tocar. Foi uma recepção excelente. Eles me ajudaram, perguntaram se eu tinha interesse em voltar, e até brincaram querendo saber se eu não gostaria morar lá”, revela. No sábado Ismael cuidou da manutenção dos instrumentos, já no domingo deu uma palestra para os músicos. “Mostrei como cuidar, como limpar do instrumento, o que não fazer, como tomar cuidado com a manutenção, o que podemos fazer para conservar por mais tempo... Eles têm instrumentos bons, o problema está na carência de manutenção”, conta. Leandro Mascarenhas concorda que a recepção foi bastante positiva. Segundo ele, os participantes da Caravana se mostraram bem interessados e participativos nas aulas. Sábado pela manhã, ele ministrou aulas de clarineta e durante a tarde de saxofone. Já no domingo, foi realizado um ensaio geral, com toda a filarmônica. “A maior dificuldade que eu percebi foi em relação aos instrumentos, estavam um pouco avariados por falta de manutenção. Eu acho que essas Caravanas são de grande importância pelo contato, que é necessário tanto pedagogicamente, quanto pela questão motivacional. Além disso, a contribuição que podemos dar e a troca de experiências com eles, porque aprendemos muito também”, conta Leandro. Para Clara Letícia, o mais interessante foi ver como as dificuldades teóricas são quase inexistentes. "A única coisa que precisa ser investida é prática individual de cada instrumento. Muitos não têm noção do instrumento porque nunca tiveram a oportunidade de ter contato com um professor especializado", revela.