Concerto Interativo

  • 24 ago, 2016
Uma novidade marcou o concerto da Orquestra Juvenil da Bahia na noite da última terça-feira (23): uma votação para eleger parte do repertório. A apresentação, regida por Ricardo Castro, maestro e fundador do NEOJIBA (Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia), aconteceu às 20h no Teatro Castro Alves e foi a última antes dos músicos saírem em turnê. O público fez questão de prestigiar e lotou o teatro. Tiago Magalhães da Silva, 38, advogado, conheceu o NEOJIBA em uma apresentação há quatro anos. “Eu acho interessante o repertório porque é bastante diversificado e também contempla música brasileira”. Mas entre as coisas que ele mais admira, estão as ações sociais, por “atingir alunos de escola pública”, e o trabalho de formação de plateia, que ele considera fundamental. Edineia Andrade, 33, professora, conheceu as atividades desenvolvidas pelo NEOJIBA através de uma reportagem há cerca de dois anos. Após isso, passou a frequentar os concertos e entender como funciona o trabalho social. “Eu admiro muito esse pensar no jovem e essa formação para que ele contribua com a sociedade”. Ontem, ela foi voluntária pela primeira vez. “Eu admiro muito o trabalho e é uma forma de contribuir com o que eu posso”, afirmou. Inovação Tanto os músicos quanto a plateia só conheciam a primeira parte do programa, composta por Abertura Candide, de Bernstein, e Concerto para Violino e Orquestra, de Beethoven. Um questionário foi distribuído para que o público escolhesse as músicas que queria ouvir após o intervalo. Entre os músicos, a expectativa era grande. “Eu nem sabia se iria tocar de fato, estava dependendo do resultado do público. É inusitado e a expectativa acaba sendo maior do que o normal”, contou Helder Passinho Jr., trompetista. “Ainda bem que o pessoal votou na música que eu toco”, brincou Passinho. “Eu achei a ideia fantástica porque tem músicas aqui que eu só conheço porque vim para os concertos anteriores. Então isso faz parte proposta educativa do NEOJIBA.  A gente aprende sobre música clássica. Antes era algo que não fazia parte da minha realidade e hoje eu conheço compositores como Stravinsky porque eu vim ao concerto e depois pesquisei, ouvi de novo em casa. Então eu acho fantástico isso porque dá uma curiosidade à pessoa de querer saber quais são essas músicas, quem são os compositores. Além de ser uma interação é uma forma de o público conhecer as peças”, contou Tiago Magalhães, que votou em O Pássaro de Fogo. Ao final, as três obras mais votadas foram Chôros nº6, de Villa-Lobos, O Pássaro de Fogo, de Stravinsky, e o Concerto para Piano nº5 “Imperador”, de Beethoven. O público escolheu Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, para o Bis.

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