Semana Pedagógica propõe a professores uma vivência de aprendiz

  • 07 jul, 2016
Nesta sexta (8 de Julho), às 16h, os núcleos e a rede de projetos parceiros do NEOJIBA  poderão acompanhar via streaming a apresentação musical que marca o encerramento do II Seminário Pedagógico do programa em 2016. O encontro oferece uma vivência da proposta metodológica que o NEOJIBA constrói para o seu curso de licenciatura em música, que será implantado a partir de 2017, em parceria com a UNEB (Universidade do Estado da Bahia). Cerca de 80 monitores, instrutores, coordenadores de instrumento das formações musicais do NEOJIBA e dos seus 10 Núcleos de Prática Orquestral e Coral estão reunidos desde 4 de Julho, na Universidade Católica de Salvador (UCSAL), na Federação, onde participam deste encontro. Às 14h da segunda, os músicos sentaram-se em suas posições habituais. Além dos instrumentos típicos da orquestra sinfônica, estavam presentes saxofones, violões e as vozes de um coro. Juntos, eles executaram obras de diferentes níveis de dificuldade. Tudo corria bem até que foram avisados sobre a troca de instrumento com seus colegas. As reações foram diversas: surpresa, resistência, curiosidade. A equipe pedagógica do NEOJIBA foi desafiada a tocar um instrumento novo, com o qual não tem muita ou nenhuma intimidade. Até o final do encontro, cada participante terá contato com até três instrumentos diferentes. “A experiência é muito válida, pois nos coloca na posição de quem aprende”, conta Vladimir Bomfim, coordenador do Núcleo de Cordas Dedilhadas. “Entrar em contato com o instrumento que o colega toca, valoriza a prática musical que o outro desenvolve e enriquece minha formação como musicista”, conta Sandra Romero, coordenadora de oboé. Apesar de consciente sobre a importância da experiência, reagiu com receio ao ouvir que teria que emprestar seu oboé. “O instrumento é algo muito importante para nós. Eu o sinto como uma parte de mim. Não é fácil emprestar algo pessoal ”, revela. seminario4 Superado o susto inicial, a troca de instrumentos provocou entre os participantes uma espécie de retorno à infância. Demorou até que o silêncio fosse recuperado. O desafio era tocar as mesmas músicas executadas logo no início do encontro, mas dessa vez com um instrumento desconhecido. O que era simples se tornou difícil. O ambiente foi invadido por risadas e uma cacofonia sonora inicial. FabienLerat, gerente pedagógico do NEOJIBA, explica que o desconforto faz parte do processo proposto, que instiga o músico a ter uma vivência mínima com uma diversidade de instrumentos que compõe uma orquestra. A ideia é desenvolver uma metodologia de ensino que possa ser aplicada para grupos de pessoas com diferentes níveis de conhecimento na prática instrumental e até para aquelas que nunca tiveram contato com um instrumento musical. seminario “Nos Núcleos, eles irão dar aulas para um grupo de crianças e adolescentes que não tocam o mesmo instrumento e que não têm o mesmo nível. Estamos preparando os nossos monitores para lidar com situações como esta, que exigem um conhecimento mínimo de postura, técnica e metodologia de ensino de todos os instrumentos. Este é o perfil de multiplicadores que precisamos, para atender cada vez mais pessoas. O que falta na formação padrão de licenciatura em música é exatamente este caráter multidisciplinar”, comenta Fabien Lerat, gerente pedagógico do NEOJIBA, a respeito da semana de formação em Salvador. Fabien relata que os participantes trabalham com um repertório apenas de músicas brasileiras durante o Seminário Pedagógico. “O repertório desse encontro é uma ilustração de um método sequencial para orquestra sinfônica, que estamos desenvolvendo junto com arranjadores e educadores. Esse método será dividido em vários níveis e poderá ser adaptado a todas as configurações de grupos musicais: orquestra sinfônica,  banda, cordas, etc”, explica o gerente pedagógico do NEOJIBA. A partir do segundo dia de seminário, a equipe foi dividida em grupos: cordas agudas, cordas graves, metais agudos, metais graves, palhetas simples, palhetas duplas, flauta e coro. Cada turma está sob a responsabilidade de dois monitores que ministram as aulas. “Senti espanto quando foi proposta a troca e a experimentação de novos instrumentos. Mas, logo em seguida, compreendi. Houve muitas dificuldades, mas também felicidade ao conseguir executar uma nota em um instrumento que não conheço. Além disso, foi incrível ter a oportunidade de aprender a tocar um instrumento diferente tomando aula com meus colegas”, relata Juca Bahiense, monitor de canto coral no NEOJIBA. Para encerrar as atividades de formação do encontro, a equipe pedagógica do NEOJIBA será convidada a participar de ‘Laboratórios de Ensino Coletivo’ em Prática Coral, Sopros e Cordas, ministrados pelos coordenadores de instrumento do programa. Fabien explica que nesta etapa os monitores serão confrontados com situações típicas de sala de aula e terão que desenvolver métodos próprios para corrigir esses problemas. Além disso, os integrantes do programa que participaram das capacitações em regência, oferecidas durante o primeiro semestre de 2016, serão convidados a reger as obras escolhidas do repertório sequencial e que serão executadas no encerramento do encontro. seminario3

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