A sexta edição do Seminário Pedagógico do NEOJIBA (Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia) reuniu cerca de 50 músicos, educadores e gestores de 26 projetos e Filarmônicas, de 17 cidades do interior do Estado, de 15 a 17 de Fevereiro, no Instituto Anísio Teixeira, em Salvador. O encontro ofereceu ferramentas pedagógicas no campo da regência, da teoria musical, da prática instrumental, do planejamento do trabalho e metodologias de educação musical coletiva. “Esse é o primeiro passo para os projetos de expansão do NEOJIBA. O objetivo é atender o maior número possível de crianças e adolescentes e promover o acesso à formação musical. Vamos fortalecer nossa ação no interior”, revela Fabien Lerat, gerente pedagógico do programa. De acordo com Fabien, a proposta é qualificar um grupo de multiplicadores do NEOJIBA sediados no interior do Estado, para que o programa possa contar com pequenos núcleos em outros municípios, capazes de dar continuidade às ações de desenvolvimento social do programa. “O resultado desse seminário é muito positivo, buscamos construir uma sintonia entre nós em relação às práticas pedagógicas. Acredito que os participantes saíram inspirados e irão surgir novas ideias sobre como o NEOJIBA e os projetos parceiros podem atuar em conjunto a partir de 2016”, avalia Adriano Cenci, coordenador da Rede de Projetos Orquestrais da Bahia. “A formação do educador musical no Brasil ainda é incipiente. Há poucos cursos de licenciatura em música no Brasil. Provavelmente, muitos dos músicos e educadores que estão aqui hoje não tiveram acesso a uma formação formal, abrangente e aprofundada. Os trabalhos de capacitação que o NEOJIBA oferece buscam sanar esses lapsos. Lógico que aqui há pessoas que ensinam há 30 anos e temos muito a aprender com eles. Eu acredito que a nossa função é oferecer mais estrutura para o trabalho que já acontece. O trabalho continuaria acontecendo com ou sem o NEOJIBA. O que estamos fazendo é fortificar este trabalho, para que ele possa ter mais base, mais segurança para crescer”, explica André Gomes Filipe, coordenador de iniciação musical e teoria do NEOJIBA. Durante o Seminário, André ministrou duas oficinas. Uma sobre teoria musical e outro de planejamento de aula. “Orientei os participantes a lerem partitura de forma mais contemporânea e lúdica. Na segunda oficina, busquei ensinar como planejar, montar uma sequência de aulas e avaliar o trabalho”, acrescenta o coordenador. Também fez parte da programação do seminário, aula teórica e prática com Joel Barbosa, professor titular da Escola de Música da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e autor do método DA CAPO. Durante o encontro, Joel apresentou palestra sobre “Métodos para Educação Musical Coletiva em Instrumentos Musicais Heterogêneos”, que valorizam o processo de aprendizagem em grupo, a criatividade, a improvisação e o multiculturalismo. Marcos Rangel, maestro e coordenador da Orquestra Castro Alves (OCA) do NEOJIBA, ministrou as aulas de regência. “A Rede de Projetos Orquestrais da Bahia já fez uma escuta e produziu um diagnóstico das ações que precisamos realizar no interior do Estado, para que esses projetos musicais possam se fortalecer. Neste seminário, buscamos oferecer ferramentas para resolução de problemas que os pedagogos e músicos podem enfrentar no cotidiano”, acrescenta Fabien Lerat. Para encerrar o encontro, o NEOJIBA organizou uma ‘Feira de Instrumentos’, onde os coordenadores de instrumentos do NEOJIBA – a grande maioria membros fundadores do programa – ficaram à disposição dos participantes para dar aulas e esclarecer dúvidas. O gerente pedagógico do NEOJIBA explica que o VI Seminário Pedagógico foi o primeiro passo para apresentar o trabalho que será feito de forma continuada. “Iremos utilizar de todo um conjunto de ferramentas, inclusive do Ensino à Distância, para dar continuidade a esta formação”, informa Fabien Lerat. Ele acrescenta que a intenção é ampliar o número de municípios atendidos pela Rede de Projetos Orquestrais da Bahia para alcançar as regiões prioritárias para o Governo do Estado da Bahia.