Orquestra Irmã Dulce e Banda Sinfônica da Paz tocaram juntas pela primeira vez
Em 2015, os Núcleos de Prática Orquestral e Coral do NEOJIBA, sediados no Bairro da Paz, em Salvador, e no município de Simões Filho, realizaram um intercâmbio musical que reuniu mais de 200 pessoas, entre integrantes, familiares e amigos, durante dois encontros, nos últimos finais de semana de Novembro. “Organizamos concertos didáticos, aproveitando esta oportunidade para apresentar a todos cada um dos instrumentos” , relata Esdras Efraim, coordenador do Núcleo do Bairro da Paz.
Os Núcleos CESA e do Bairro da Paz têm formações musicais diferentes; o primeiro trabalha exclusivamente com instrumentos de cordas e o outro com sopros. Em Salvador, no Bairro da Paz, o destaque é a
Banda Sinfônica da Paz; uma grande formação musical de instrumentos de sopros e percussão, que envolve 127 crianças e adolescentes. Em Simões Filho, o Núcleo conta com a
Orquestra Irmã Dulce; um grupo de cordas formado por cerca de 60 meninos e meninas, faixa etária de 08 a 17 anos, que trabalha com um repertório clássico e brasileiro de nível intermediário.
“Os integrantes do Núcleo CESA nos recepcionaram em Simões Filho tocando duas músicas. Depois tocamos 03 músicas para eles e os seus convidados. Em seguida, reunimos a Banda Sinfônica da Paz e a Orquestra Irmã Dulce para tocarem juntas duas músicas,
Aquarela e
Berimbau. Foi uma experiência nova, porque eram músicas que estes grupos tocavam separadamente, com arranjos teoricamente diferentes. Decidimos tentar, sem ensaio algum, e eles tocaram super bem juntos!”, relata o coordenador Esdras Efraim.
“Eles estavam muito abertos para tocar pela primeira vez com um grupo de sopro. Eles vivenciaram outra perspectiva. Foi fantástico!”, comemora Leilane Araújo, coordenadora do Núcleo CESA. A musicista acrescenta que foi muito interessante para as crianças e adolescentes de Simões Filho se relacionarem com seus pares. “O grupo do Bairro da Paz tem muita energia, muita vontade de fazer uma coisa diferente. Estar com eles foi um incentivo para nossas crianças”, conta.
Após visitar o Núcleo CESA, foi a vez das crianças do Bairro da Paz recepcionarem o grupo de Simões Filho na sua sede em Salvador. “A maioria do grupo do CESA não conhecia o Bairro da Paz e tinha outra imagem: 'o temido Bairro da Paz'. Eles puderam observar que não é isso. Viram que a música que os meninos e meninas fazem aqui é de boa qualidade. Nossas crianças também se interessaram em apresentar um bom trabalho. Foi um intercâmbio que trouxe bons resultados para os dois grupos. Eles gostaram e o público também gostou”, avalia o coordenador Esdras Efraim.
Outras experiências
Este foi o segundo intercâmbio realizado pelo Núcleo do Bairro da Paz em 2015. O primeiro ocorreu em Outubro, com o Núcleo de Gestão e Formação do NEOJIBA, durante o Concerto de Aniversário dos 8 anos do programa. “Foi uma experiência excelente! Pela primeira vez, a Banda Sinfônica da Paz tocou no grande palco do Teatro Castro Alves”, rememora Esdras Efraim.
A coordenadora do Núcleo CESA relembra que o primeiro intercâmbio proposto para o grupo de Simões Filho foi realizado no início de 2014, com o Núcleo Estrelas Musicais, sediado no Complexo Nordeste de Amaralina, e a Orquestra Pedagógica Experimental (OPE); formação musical do NEOJIBA, onde o ensino e a prática orquestral ocorrem em nível elementar. Leilane Araújo conta que, na época, 10 adolescentes de Simões Filho participaram deste intercâmbio.
“Foi muito importante. Pela primeira vez, eles tiveram a oportunidade de tocar com uma orquestra completa e conhecer crianças e adolescentes de outros núcleos.Eles voltaram com muita sede de aprender. Logo em seguida, veio a Audição para a Orquestra CastroAlves. Alguns adolescentes se inscreveram e foram selecionados. Este primeiro intercâmbio foi uma oportunidade de vislumbrar novos horizontes”, avalia Leilane Araújo.
Esdras Efraim acredita que os intercâmbios motivam os integrantes dos Núcleos a aprimorar constantemente seus conhecimentos. “Conhecer crianças que têm idade semelhante, tocando bem, e perceber que é possível avançar, crescer musicalmente, é um estímulo”, finaliza o coordenador.