Rede de Projetos Orquestrais da Bahia articula formação em lutheria

  • 22 jan, 2016
Longe dos grandes centros urbanos, a manutenção e restauração dos instrumentos é um dos principais obstáculos para os projetos musicais sediados no interior da Bahia. Para atender a esta demanda constante, a Rede de Projetos Orquestrais da Bahia desenvolveu estratégias para aproximar seus parceiros locais do Atelier Escola de Lutheria (AEL) do NEOJIBA. Adriano Cenci, coordenador da Rede de Projetos Orquestrais da Bahia e Assessor de Desenvolvimento Institucional do NEOJIBA, explica que a articulação com o Atelier Escola de Lutheria (AEL) tem o objetivo de oferecer formação para aprendizes de lutheria e consultoria aos parceiros da REDE para compra de instrumentos e criação de ateliers em outros municípios do Estado. Em 2015, o trabalho da equipe de luthiers do NEOJIBA foi realizado durante as Caravanas Pedagógicas da Rede de Projeto Orquestrais da Bahia. De Junho a Novembro, gestores e músicos de diversos projetos sediados nas regiões da Costa do Descobrimento, do Piemonte da Diamantina e do Sisal receberam qualificação dos integrantes da AEL. Estes multiplicadores realizaram oficinas sobre cuidados básicos e manutenção de instrumentos, abordando aspectos relacionados ao seu armazenamento e à conservação. A Rede de Projetos Orquestrais da Bahia também ofereceu formação para construção de instrumentos com materiais alternativos. A proposta busca estimular seus parceiros a buscar alternativas, para que um número maior de crianças e jovens tenham acesso ao ensino e a prática musical coletiva. O NEOJIBA também compartilhou com os integrantes da REDE a experiência do Orquestra Plastica do NEOJIBA;  projeto que desenvolve uma tecnologia social para produção de instrumentos sinfônicos a partir dos canos de PVC. “A cada visita mapeamos a situação dos instrumentos dos projetos parceiros. Esse levantamento é muito importante, para que possamos entender as necessidades e planejar a melhor solução. As orientações são individuais e aplicadas nas caravanas seguintes”, explica Jéssica Almeida, luthier do NEOJIBA. A equipe de luthiers do NEOJIBA também busca identificar entre os integrantes dos projetos musicais parceiros, aqueles que têm interesse e aptidão no ofício da lutheria. Para promover a qualificação destes jovens são propostos intercâmbios pedagógicos com o Atelier Escola de Lutheria em Salvador. “Todas as atividades buscam desenvolver a sustentabilidade e a autonomia do projeto local no território onde ele atua”, explica Adriano Cenci. “Sem dúvida, o apoio da AEL na área da lutheria é uma ótima experiência para nós do IASA. Em março, o luthier e coordenador da AEL, David Matos, nos visitou e trocou informações com nossos profissionais sobre restauração de instrumentos”, explicou Lola França, gestora do IASA (Instituto Amigos de Santo André); projeto que conta com atelier próprio. “Esse trabalho colaborativo trouxe uma grande evolução nas nossas atividades. Nossa lutheria produziu um violino e três violões em 2015. Agora em Janeiro, planejamos entregar outros três violinos e um violoncelo”, comentou. Os jovens, Joab Santos e Jonathas Silva, da Filarmônica 2 de Janeiro de Jacobina, recebem tutoria do seu conterrâneo, Thiago Santos Silva, para realizar o trabalho de manutenção dos instrumentos da banda. Thiago é clarinetista e integrante do NEOJIBA, onde aprendeu técnicas de manutenção de instrumentos de sopros. Este aprendizado permitiu que Thiago multiplicasse e aplicasse seu conhecimento em lutheria na Filarmônica 2 de Janeiro, onde se tornou músico. “É um apoio muito importante. Muitos instrumentos que estavam parados há anos voltaram a ser utilizados pelos nossos músicos”, comemora o gestor da Filarmônica, Celso Santos. Segundo Adriano Cenci, a meta para 2016 é ampliar ainda mais o alcance do apoio da AEL aos parceiros da REDE. “Sabemos que há uma demanda muito grande. Já identificamos outras iniciativas nessa área e nossa intenção é capacitar o maior número de projetos para fortalecer cada vez mais o importante trabalho que os membros da REDE desenvolvem no interior da Bahia”, afirmou.

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