Muito além da música

  • 22 dez, 2015
Mapa social 2015 do NEOJIBA revela que 81% do público têm perfil CadÚnico e 87% são negros ou pardos
A inovação social do programa NEOJIBA tem trazido impactos que vão além da música. Com a máxima da “excelência como motor da transformação social”, o programa, criado em 2007, termina 2015 com os objetivos de desenvolvimento humano fortalecidos. O relatório das metas e realizações do Setor de Desenvolvimento Social do NEOJIBA, o Mapa Social 2015, traça o perfil dos quase mil beneficiados diretos dos núcleos e formações musicais do programa. O mapa serve para o acompanhamento das metas sociais do programa pela Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (Justiça Social) e serve como instrumento de identificação das famílias inseridas. O Mapa Social 2015 apresenta os dados coletados pelo setor de Desenvolvimento Social do NEOJIBA em 2014 e sistematizados em 2015. O mapa indica que quase 80% dos integrantes são crianças e adolescentes entre seis e 17 anos de idade, 87% são negros ou pardos, sendo que a grande maioria (81%) se enquadra nos requisitos do Cadastro Único dos Programas Sociais do Governo Federal, vivendo em famílias de baixa renda. Neste sentido, o mapa identificou que 34% das famílias possuem renda mensal entre um e dois salários mínimos, 24% têm renda de até um salário, 16% possuem renda mensal entre dois e três salários e 7%, renda de até meio salário.
No início de 2015, identificou-se que apenas 35% dos participantes recebiam benefícios sociais. Direitos como as tarifas sociais de energia elétrica e de água e a isenção para concursos públicos eram desconhecidos de muitos. Ao longo do ano, o Setor de Desenvolvimento Social do Neojiba encaminhou 100% das famílias com perfil para inscrição no Cadastro Único, facilitando seu acesso aos programas sociais existentes, tais como Bolsa Família, Benefício de Prestação Continuada, Minha Casa, Minha Vida, entre outros.
Trabalho em rede Em articulação com os Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) e os Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), além de outras instâncias da rede de proteção social, o Setor de Desenvolvimento Social do NEOJIBA vem encaminhando os integrantes e suas famílias aos serviços do sistema.
Também são firmadas parcerias com instituições públicas e privadas e com profissionais autônomos que garantem o acesso desses jovens a serviços de saúde. A Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública é um dos parceiros, oferecendo apoio nas áreas de odontologia, fisioterapia e psicologia, através dos ambulatórios docentes assistenciais.
O setor de Desenvolvimento Social do NEOJIBA realizou durante um ano de trabalho 621 escutas individualizadas, sendo 357 atendimentos psicossociais individuais e/ou em família no Núcleo de Gestão e Formação (NGF) do programa – sediado em Salvador e responsável por disseminar a tecnologia pedagógica e social para os outros sete núcleos do estado –, 85 atendimentos psicossociais individuais e/ou em família nos Núcleos de Prática Orquestral e Coral e 114 intervenções com a finalidade de orientação pedagógica, entre outros.
“O acompanhamento é feito com base em acordos que são construídos junto com os jovens e suas famílias. Nada é imposto, porque assim não funciona. Muitas vezes acompanhamos uma família inteira, procurando orientar um conjunto de situações que vão desde a renda, vida escolar, relações familiares, saúde, questões emocionais, dificuldade de aprendizagem e até problemas psíquicos”, explica a assistente social Joana Angélica Rocha, coordenadora de Desenvolvimento Social do Instituto de Ação Social pela Música (IASPM) – organização responsável pela gestão do programa NEOJIBA, vinculado à Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social.
Educação O Mapa Social 2015 identificou que 88% dos integrantes dos núcleos estão cursando o ensino regular ou superior e cerca de 4% dos integrantes em idade escolar estavam fora escola, sendo reintegrados 100% deles às suas instituições de ensino. “A escolaridade é uma das nossas metas prioritárias e continuará sendo nossa prioridade na perspectiva de avanço e conclusão do Ensino Médio”, afirma a coordenadora Ana Vilas Boas, da Secretaria de Justiça Social. O mapa aponta que 65% dos integrantes estão no Ensino Fundamental I e II, sendo a regularidade do fluxo escolar também vista como prioridade. A partir de 2015, uma das obrigações dos participantes do Núcleo de Gestão e Formação (NGF) do NEOJIBA é a conclusão dos estudos até o ensino médio. Publicado no site da SJDHDS no dia 9 de dezembro 2015

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