Quando abriram-se das cortinas do auditório Monte Pascoal, no último domingo, às 17h, o público de Porto Seguro pôde contemplar pela primeira vez o produto de meses de trabalho conjunto entre músicos da região e a equipe do NEOJIBA. A Orquestra Regional da Costa do Descobrimento presenteou aproximadamente 500 espectadores com um concerto que reuniu popular e clássico com direito a roda de capoeira. Formada por 89 músicos dos projetos Musicart, da AME (Associação de Mães Educadoras) de Porto Seguro; Ambiente Musical do IASA (Instituto Amigos de Santo André) de Santa Cruz de Cabrália; do Núcleo de Prática Orquestral e Coral (NPO) do NEOJIBA em Trancoso, e por um grupo de jovens músicos de Porto Seguro, a Orquestra Regional da Costa do Descobrimento apresentou ao público sete peças clássicas e populares. Entre elas, composições da coletânea tradicional europeia, escritas pelo russo Tchaikovsky e o alemão Johannes Brahms, e outras brasileiras como Garota de Ipanema e Berimbau. Um dos destaques do concerto foi a performance dos músicos durante a execução da peça “Berimbau”, quando dois integrantes da Orquestra desceram do palco e jogaram capoeira, surpreendendo a plateia. “A ideia da capoeira surgiu na véspera do concerto, os meninos tentaram e deu certo. Durante o concerto, as pessoas gostaram bastante. Hoje, pela cidade, muitas pessoas vieram elogiar a apresentação, isso nos felicita bastante”, informou Rozuildo, Coordenador do Projeto Musicart Apresentações individuais dos grupos integrantes da Orquestra Regional compuseram o espetáculo. Os números possibilitaram que o público conhecessem um pouco mais do repertório próprio dos projetos. O concerto foi transmitido pela internet, (pela UFSB) com o apoio da equipe da UFSB, permitindo que pessoas que estavam fora de Porto Seguro, pudessem acompanhar o concerto. Integração - Para Rozuildo, a integração entre os grupos e o crescimento pessoal dos músicos foi uma das principais conquistas da iniciativa. “Nos primeiros encontros, era notável o distanciamento dos grupos, os músicos costumavam interagir apenas com os aqueles que pertenciam ao mesmo projeto”, relembrou o gestor. “Ao fim do concerto ontem, era perceptível a união, todos se abraçando mostrando que se tornaram um único coletivo”, disse. Para a gestora do IASA, Lola França, o saldo da noite foi muito positivo e o reconhecimento desse resultado estimula os projetos a buscarem voos cada vez mais altos. “Foi a realização do sonho de todos os nossos músicos. Pois cada um, tanto os integrantes dos projetos como os monitores do NEOJIBA, se dedicaram intensamente ao trabalho”, relatou a coordenadora do IASA, Lola França. “Toda a organização foi impecável. Foi possível mostrar a todos que é viável, fazer um espetáculo grandioso longe dos grandes centros urbanos. Esse acesso à cultura é o maior legado desse trabalho”, afirmou.