"Doar é um ato de fraternidade."

  • 24 nov, 2015
Inspirados e motivados pela campanha #diadedoar 2015, convidamos alguns amigos do NEOJIBA a compartilhar conosco sua experiência de doação. Acompanhe hoje a história de Silvana Lima, flautista, que doou um instrumento ao Instituto de Ação Social pela Música (IASPM) – organização sem fins lucrativos responsável pela gestão do programa Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia. ‘Eu conheço Ricardo Castro (fundador e diretor geral do programa NEOJIBA) desde pequena. Ele estudava piano na UFBA e eu estudava flauta. Quando eu soube que Ricardo estava fazendo esse trabalho de inserção social por meio da prática coletiva da música, achei muito bonito e muito importante. Principalmente para as crianças mais carentes, pois acredito que a arte abre outras possibilidades. Sou apaixonada por música de concerto desde criança. Lá em casa, meu pai colocou todos os filhos para estudar música desde pequeno. Fico emocionada quando vejo essa possibilidade, para crianças que não teriam essa oportunidade. Então passei a acompanhar todos os concertos. O NEOJIBA tem uma proposta bem interessante. Realiza concertos inovadores, que buscam conquistar as pessoas que pensam que não gostam desse estilo de música. Na verdade, o que ocorria é que elas não tinham oportunidade de assistir a este tipo de apresentação musical. Eu comecei a me envolver com o NEOJIBA, a me interessar mais e desejei ajudar também. Em casa, eu tinha uma flauta e pensei que poderia doá-la. Afinal, eu havia comprado outra flauta para mim. Não havia mais razão guardar aquela. Resolvi doar. Primeiro, o instrumento foi levado para o Atelier Escola de Lutheria do NEOJIBA. A flauta passou por uma manutenção para depois ser entregue a um dos alunos. Esta flauta doada é um instrumento que tem mais de sessenta anos. Só em minha mão ficou vinte e poucos anos. Antes disso foi de outra pessoa. Essa flauta será o pontapé inicial, o primeiro degrau para essa pessoa que está aprendendo música. Quem recebeu, com certeza, um dia vai doar também. É uma cadeia, é muito bonito. Para quem doa é também um processo de amadurecimento: eu comprei aquela coisa, mas ficou lá. Se até hoje eu não usei, não me apeguei, então é hora de doar para alguém que vai ter um futuro pela frente. É um ato de fraternidade! Mas é preciso fazer com o coração.

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