Concerto de Aniversário do NEOJIBA apresentou repertório musical diversificado
- 23 out, 2015
O NEOJIBA celebrou seus oito anos com duas sessões do Concerto de Aniversário no Teatro Castro Alves, nos dias 20 e 21 de outubro (terça e quarta-feira). Participaram da festa as duas principais formações do programa, a Orquestra Juvenil da Bahia e a Orquestra Castro Alves, músicos dos Núcleos de Prática Orquestral e Coral do Bairro da Paz, de Salvador, e de Feira de Santana, além de representantes de projetos apoiados pelo NEOJIBA.
A festa teve os ingressos esgotados para o primeiro dia e, para ninguém deixar de participar da comemoração, uma sessão extra foi aberta para o dia seguinte. Admiradores do programa, além de familiares e amigos dos integrantes do NEOJIBA, assistiram aos dois dias de apresentação.
Na terça, a festa começou às 19h com a Banda Sinfônica da Paz, formada pelos alunos do Núcleo de Prática Orquestral e Coral (NPO) do Bairro da Paz. Regida por Esdras Efraim, coordenador deste NPO, eles foram aplaudidos de pé pela plateia enquanto caminhavam pelo teatro tocando o tema do “Trenzinho do Caipira”, de Heitor Villa-Lobos. Antes tocaram duas peças de Jamberê Cerqueira, membro do grupo de compositores do NEOJIBA, “Final Countdown” e “Jamaica Farewell”.
“A proposta da participação da Banda da Paz era para que eles tocassem as músicas que a gente apresenta na rua e eles já sabem de cor”, contou Esdras. Foi a primeira apresentação do grupo no principal teatro da cidade, e já com a responsabilidade de abrir o Concerto de Aniversário. “Foi mais uma etapa na vida deles, mais um aprendizado. Após a apresentação, eles falaram para mim: ‘o som aqui é melhor, né?’. Isso significa que até a percepção musical deles está melhorando”, disse o regente.
“Esse grupo representa perfeitamente o espírito deste programa, que é um programa de paz”, afirmou o diretor geral do NEOJIBA, Ricardo Castro, que foi o Mestre de Cerimônia do evento. Depois do Concerto de Aniversário, a Banda Sinfônica da Paz se prepara para apresentar no NPO Bairro da Paz o Bolero de Ravel, no encerramento do Festival da Música no dia 6 de novembro (sexta-feira).
Mahler e Carmina Burana
A Orquestra Juvenil da Bahia, principal formação do NEOJIBA, ficou encarregada de fechar a programação da primeira noite, e repetiu esta apresentação na sessão extra. Os músicos fizeram as primeiras execuções da Quinta Sinfonia de Gustav Mahler por uma orquestra baiana. Junto com os Coros Sinfônico, Juvenil e Infantil, reapresentaram, também nos dois dias, trechos da cantata de Carl Orff, Carmina Burana. A regência das duas obras foi do maestro venezuelano Eduardo Salazar, representante do “El Sistema”, programa criado em 1975 na Venezuela e que inspirou a criação do NEOJIBA.
A Quinta Sinfonia, composta por cinco movimentos, mistura climas trágicos com alegres e outros tranquilos. Para Clara Correia, flautista da Juvenil, o quarto movimento, um Adagietto para cordas, é um momento de reflexão. “É um movimento que me traz muita calma e me faz pensar que a música pode tocar a sua alma individualmente em cada nota. De acordo com a intensidade da projeção no decorrer do movimento, ela te faz ter mais amor e mais carinho por sua própria alma”.
Já Uriel Borges, trompista, destaca o segundo movimento, Allegro. “Eu gosto dele porque ele é bem intenso e tem momentos que é como se estivéssemos entrando no céu. Mahler parecia estar conturbado com tudo que estava se passando na vida dele, mas enxergava uma esperança. Essa esperança está escrita no segundo movimento”.