Neojiba amplia projeto orquestra plástica e investe na área de inovação social

  • 05 out, 2015
Em seu 2º ano, projeto Orquestra Plástica inaugura unidade em Simões Filho e pretende fabricar 120 instrumentos

 O projeto Orquestra Plástica do NEOJIBA chega ao segundo ano com o objetivo de aprimorar a produção de instrumentos sinfônicos de cordas a partir de canos de PVC. No primeiro, dois ateliers foram montados em Salvador e em Angical e 46 violinos e violas construídos com a matéria prima. Para a segunda etapa, o desafio é fabricar 120.  Além de violas e violinos, pretende-se fazer violoncelos. Para isso, o projeto conta com patrocínio da Braskem e do Governo do Estado, através do Programa Fazcultura.

Uma exposição no Foyer do Teatro Castro Alves, em cartaz até 20 de outubro, terça-feira, apresenta o projeto. Autoexplicativa, a mostra detalha ainda o passo a passo da fabricação dos instrumentos. Ela traz 16 painéis que mostram o processo de pesquisa e confecção dos instrumentos, além de expor protótipos de violino, viola e violoncelo, as fôrmas e os utensílios utilizados no decorrer do ofício.

Ano 2 O projeto Orquestra Plástica teve início em 2014, após dois anos de pesquisa realizada pela equipe formada pelos luthiers Andre-Marc Huwyler, David Matos, Alan Jonas e Natan Paes. O trabalho é manual e tem como base a lutheria convencional de instrumentos de madeira. Parte dos instrumentos construídos na primeira fase é utilizada na formação orquestral do projeto, a Orquestra Plástica, que ainda conta com instrumentos de plástico industrializados, como flautas, trompete, trombone, entre outros.

No seu segundo ano de execução, o Orquestra Plástica busca aprimorar as técnicas e a pesquisa, para reduzir o custo de produção e criar condições mais favoráveis a fabricação dos instrumentos. “O que encarece o nosso violino são os acessórios. Estamos na fase final da criação deles. Já tivemos algum sucesso e em breve teremos um violino 80% em plástico”, conta Alan Jonas, luthier do Atelier Escola de Lutheria (AEL) do NEOJIBA e resposável pelo projeto. Outro objetivo desta fase é continuar os estudos para desenvolvimento de violoncelos e iniciar a pesquisa para fabricação dos contrabaixos a partir de canos de PVC.

Beth Ponte, Diretora Institucional do NEOJIBA, esclarece que os instrumentos produzidos pelo projeto ainda não são comercializados, pois é preciso avançar na parte de pesquisa e desenvolvimento dos produtos.  “A utilização das unidades já construídas, mesmo que interna, mostra o potencial do instrumento na democratização do acesso à prática musical”, acrescenta.

Outro braço da segunda etapa é a realização de estudos de viabilidade e replicabilidade do projeto, para transformá-lo em um negócio social. “O Orquestra Plástica pretende criar uma tecnologia social que possa ser difundida e permita a qualquer pessoa criar um instrumento a partir de canos de PVC”, afirma Vagner Rocha, Coordenador de Produção do projeto.

Em paralelo à pesquisa e desenvolvimento dos instrumentos, ocorre a criação de um atelier em Simões Filhos, para onde serão transferidas as atividades do projeto hoje realizadas em Salvador. Ele estará integrado ao Núcleo de Prática Orquestral e Coral (NPO), que funciona no Centro Educacional Santo Antônio (CESA), escola em tempo integral gerida pelas Obras Sociais Irmã Dulce. Além disso, o atelier em Angical, extremo oeste baiano, terá melhorias.

Assim como no primeiro ano, a segunda etapa do projeto inclui oficinas de lutheria de plástico. A novidade é a formação em iniciação musical com instrumentos alternativos. As oficinas serão ministradas por Fernando Sardo, artista plástico e luthier de São Paulo. Ele ministrará oficinas aos jovens aprendizes do projeto e para educadores musicais da região da Dutovia, em Camaçari.

Todas as ações do projeto passam pela ideia central de promoção a acessibilidade. “Estamos trabalhando para que o Orquestra Plástica possa cumprir com sua vocação de tornar a prática musical mais acessível a milhares de crianças, adolescentes e jovens na Bahia”, coloca o maestro e diretor geral do NEOJIBA, Ricardo Castro.

Para a Braskem, patrocinadora do projeto, o fomento à formação musical através da reutilização do plástico PVC é uma ideia inovadora que merece destaque no portfólio de suas ações sociais, cujo propósito é melhorar a vida das pessoas através das soluções sustentáveis do plástico e da química.

Sobre o NEOJIBA Criado em 2007 como um dos programas prioritários do Governo do Estado da Bahia, o NEOJIBA tem por objetivo alcançar a integração social por meio da prática coletiva e de excelência da música. No Brasil, o NEOJIBA é o primeiro programa governamental de formação de orquestra infanto-juvenis baseado no aclamado “El-Sistema”, programa venezuelano criado em 1975. O NEOJIBA é uma ação da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) e seu diretor fundador é o maestro e pianista Ricardo Castro. O NEOJIBA beneficia cerca de 4.600 crianças, adolescentes e jovens em todo o estado da Bahia.

SERVIÇO Exposição Orquestra Plástica NEOJIBA Foyer do Teatro Castro Alves Diariamente, das 12h às 18h De 16/09 a 20/10 Visitação gratuita


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