NEOJIBA participou de Conferência Internacional que promoveu diálogos entre setores orquestrais do Brasil e do Reino Unido
- 04 mai, 2015
O NEOJIBA participou da segunda edição da Conferência Internacional MultiOrquestra, que aconteceu de 27 a 29 de abril, na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro. O Programa foi representado pelo Diretor Fundador do NEOJIBA, o maestro e pianista Ricardo Castro, além da Diretora Institucional, Beth Ponte, e por dos integrantes da Orquestra Juvenil da Bahia Helder Passinho Jr. (trompete), Karen Silva (violino), Ana Paulin (viola) e Cássio Bittencourt (regência).
A Conferência Internacional MultiOrquestra faz parte do Programa Transform Orchestra Leadership, iniciado em 2014, e que, a partir de ações como essa, consolida-se como uma plataforma de troca de informações entre orquestras, conservatórios, salas de concerto, projetos sociais e organizações governamentais para fortalecimento dos setores orquestrais no Brasil e no Reino Unido. Neste ano, a conferência contou com keynotes, palestras, painéis temáticos e discussões que abordaram a relação entre as orquestras e as cidades.
O Diretor Fundador do NEOJIBA, o maestro e pianista Ricardo Castro participou como palestrante do Painel 9: Gerenciando o Futuro, que aconteceu no segundo dia da conferência (29/4) e teve moderação de Claudia Toni (Curadora da Conferência Internacional MultiOrquestra). No Painel, Ricardo Castro, ao lado de Diomar Silveira (Filarmônica de Minas Gerais), Paulo Zuben (Santa Marcelina Cultura), e Pablo Castellar (OSB), apresentaram a representantes de orquestras brasileiras uma proposta de estatuto para a criação da ABRO, Associação Brasileira de Orquestras, com objetivo de representar a direção das orquestras, estabelecer parcerias e lutar por interesses em comum. No último dia da Conferência, Ricardo voltou a palestrar no Painel Gerenciando Futuro em que discutiu a educação musical sob a perspectiva do professor. Ricardo Castro abordou a questão por meio da experiência que tem desenvolvido com o NEOJIBA, fazendo referência ao lugar comum segundo o qual “quem pode, faz, e quem não pode, ensina”. No lugar desta, sugeriu que fosse substituída por outra noção: “ao ensinar, aprendemos”. “Por que não pensar que o lugar da plateia é no palco? Aprende quem ensina. Pesquisas mostram que a atitude ativa perante a música estimula o corpo de maneira muito mais rica do que a atitude passiva. Nós artistas não podemos mais ser os únicos privilegiados. A prática musical é importante para qualquer pessoa”, disse o maestro e pianista, na ocasião.
A Diretora Institucional do NEOJIBA, Beth Ponte, por sua vez, moderou o Painel 2: Tocando Fora de Casa, que discutiu vivências de orquestras e grupos que se aventuram para fora de suas zonas de conforto, música instrumental em espaços públicos e estratégias de formação de público e experimentação artística. O Painel contou com a presença de Jonathan Morton (Scottish Ensemble), Leonard Evers (Ricciotti Orchestra da Holanda), Lu Araujo (MIMO Festival), Maria Claudia Parias (Fundación Batuta da Colômbia), Matheus Bellini (Concerto de Rua).
Concluindo o evento, uma plenária final com participantes da Conferência propôs um resumo das questões debatidas ao longo dos três dias. Após as recapitulações dos curadores Luiz Coradazzi e Claudia Toni, alguns dos jovens que participaram da oficina com Katherine Zeserson, do Sage Gateshead, apresentaram suas conclusões. Karen Silva, violinista da Orquestra Juvenil da Bahia, encerrou a conferência com um questionamento sobre o futuro da música orquestral brasileira: “Por que não há uma cota popular de ingressos nos concertos? Por que um assalariado não pode pagar mais barato? Deveríamos realizar encontros periódicos entre músicos e educadores, com foco na evolução do ensino de música. E valorizar nossa criação: a música brasileira não pode ser só bis”, concluiu.
[caption id="attachment_4576" align="aligncenter" width="425"] Foto de João Julio Mello (Revista Concerto)[/caption]
Veja como foi a Conferência Internacional MultiOrquestra com a cobertura de João Luiz Sampaio para o site da Revista Concerto: Primeira parte, segunda, terceira e quarta.