NEOJIBA comemora aniversário em um fim de semana recheado de boa música

  • 18 out, 2021

A mesma pandemia que isolou os músicos dos seus públicos, fez aumentar a valorização e o desejo de se saborear a arte, presencialmente. Depois de um ano e meio com os portões fechados para o público e as apresentações presenciais suspensas por decretos dos poderes públicos, o último fim de semana (15, 16 e 17/10) foi de programação intensa no Parque do Queimado, sede do NEOJIBA, no bairro da Liberdade.

Voltar a ter plateia, teve dois motivos especiais: a liberação dos protocolos sanitários, ainda com algumas restrições que foram cumpridas rigorosamente, e o Aniversário de 14 anos do NEOJIBA, Programa do Governo da Bahia, vinculado à Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) e gerido pelo Instituto de Desenvolvimento Social pela Música (IDSM).

O maestro Ricardo Castro, criador e gestor do NEOJIBA, explica que, durante este ano e meio, as transmissões online não deixaram de acontecer, nutrindo e cultivando o público cativo. “Somos das primeiras orquestras a receber o público presencial de volta, desde as liberações parciais do Governo. Tivemos cuidado em fazer uma divulgação discreta para evitar aglomerações. E o resultado é este: ainda tímido, mas com a plateia que motiva nossos integrantes.”

Depois de 18 meses, foram três concertos, dois recitais e um sarau, tudo em um fim de semaan, em quatro palcos diferentes, pelos 14 anos de vida do NEOJIBA. Música também é matemática e no Programa que segue a filosofia do “aprende quem ensina”, só se soma e multiplica experiência e conhecimento.

A programação do fim de semana mais do que especial começou na tarde da sexta-feira/15, com um recital, fruto do Intercâmbio Pedagógico entre Núcleos. Apresentaram-se no Galpão do Parque do Queimado, a Orquestra Pedagógica Experimental (OPE), o Coro Infantojuvenil, do Núcleo de Prática Musical Cidade Sol (Jequié) e do Núcleo Territorial de Vitória da Conquista. Ainda com transmissões pelo Youtube e Facebook.

No sábado, 16, foi o grande dia do público voltar ao Parque do Queimado. Pela manhã, houve o concerto das Orquestras Dois de Julho e Castro Alves (OCA), com obras de Alberto Nepomuceno, Paulinho Nogueira e Edu Lobo. A abertura foi feita pelo diretor Musical do NEOJIBA, o maestro Eduardo Torres, que expressou a gratidão por estarem, de volta, com a casa aberta para o público e brincou: “Nós vivemos numa eterna gincana de tarefas a cumprir. Mas, todo ano, em outubro, as tarefas triplicam, por causa do nosso aniversário, no dia 20. Este ano, comemoramos 14 anos! Como queremos chegar aos 100 anos, então, já passamos dos 10%...”

Sentimento de gratidão pela volta do público

A professora Márcea Sales foi uma das primeiras a chegar para o primeiro concerto para o público, acompanhada do marido, Humberto Nóvoa. Ela nos contou que entrou no Parque do Queimado chorando de emoção e chorou e se arrepiou, durante o concerto. No ano de 2019, quando o Parque foi inaugurado, ela frequentava todas as programações dos fins de semana. “Quero agradecer a vocês! Estou muito emocionada, recuperando a melancolia que veio com a pandemia. Que bom que vocês fazem isso por nós. Vida longa ao NEOJIBA, este adolescente prodígio!”

Pela tarde, foi o grande momento do Aniversário de 14 anos: a inauguração da Arca NEOJIBA, com um sarau de música, dança, poesia, pintura e muita alegria e diversão. Cerca de 15 apresentações dos integrantes do Programa e convidados praticaram a interação artística de diferentes linguagens, num diálogo rico, acontecendo num mesmo palco. O projeto para construção da Arca, como um palco comunitário, foi aprovado pelo edital do programa Matchfunding BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) + Patrimônio Cultural, pela plataforma Benfeitoria.

Depois de três horas de artes diversificadas no palco da Arca, para um público de cerca de 100 pessoas obedientes às medidas sanitárias ainda vigentes, a noite do sábado chegou. E com ela, o concerto da Orquestra Dois de Julho, interpretando o Octeto de Mendelssohn e Stravinsky, na Sala NEOJIBA do Parque do Queimado. Sábado encerrado com sucesso e muitos aplausos!

E com o sentimento de gratidão dos integrantes das orquestras que estão juntos, novamente. Paola Giovana Santos, de 16 anos, toca oboé na OCA e dividiu sua emoção com a gente: “Voltar a tocar para o público é muito emocionante, é de encher o coração. Ouvir o aplauso, com as pessoas batendo palmas em nossa frente, é muito gratificante. O músico precisa do contato com outros músicos e com o público.” 

O domingo, 17, começou no Parque do Queimado, com o recital dos instrutores e coordenadores do NEOJIBA, apresentando Obras de Câmara. O arquiteto Sérgio Ekerman responsável pelo projeto de reforma do Parque, para se tornar a sede do NEOJIBA, estava presente e ao término do evento, externou: “A primeira vez que eu ouvi música clássica em minha vida, há algumas décadas, eu senti um arrepio diferente. E hoje, nesta volta, eu senti a mesma coisa. Muito emocionante! Mais do que ouvir a música, é o sentir a música.”

A tarde do domingo não foi no Parque, mas no palco do Teatro Castro Alves. Hoje, a 2ª casa do NEOJIBA, mas que foi a sua 1ª casa, durante 12 anos. Para encerrar o fim de semana com chave de ouro, as Orquestras 2 de julho e Castro Alves apresentaram um repertório com obras de Tchaikovsky a Caetano Veloso, passando por Villa Lobos e Carlos Gomes. O concerto não teve público presencial, mas foi transmitido pelo Youtube e Facebook, e está lá, disponível. “Alegria Alegria” de Caetano, com arranjo de Jamberê, regida por Helder Passinho expressou o sentimento de todos que participaram destes três dias inesquecíveis.

O Aniversário de 14 anos do NEOJIBA que é uma ação do Ministério do Turismo e Governo Federal, através da Lei de Incentivo à Cultura, e conta com o patrocínio da Solar Coca-Cola, não parou por aqui. No próximo fim de semana tem mais! Acompanhe a programação pelas nossas redes sociais.

 

 

 


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