Vida e obra de Beethoven serão tema de palestra com o jornalista Irineu Perpetuo

  • 10 mar, 2020

Como um sujeito intempestivo, que passou os últimos anos da vida envolto num silêncio profundo, conseguiu se tornar um dos maiores compositores de todos os tempos? 

Para responder perguntas como essa sobre a vida e obra de Ludwig van Beethoven (1770-1827), o NEOJIBA traz a Salvador o jornalista Irineu Perpetuo, autor de “História da Música Clássica” (Livro Falante, 2008), entre outras publicações sobre o universo da música de concerto. 

Os encontros acontecem no dia 13 de março, em duas sessões no Parque do Queimado, às 16h30, para integrantes do NEOJIBA, e às 19h, aberta ao público, com prioridade para membros do Círculo, formado por apoiadores do programa. Ricardo Castro, fundador e diretor geral do NEOJIBA, irá tocar trechos de obras de Beethoven. As palestras são gratuitas e integram a Série Beethoven 250, promovida pelo NEOJIBA para celebrar os 250 anos de nascimento do compositor alemão. Os ingressos serão disponibilizados pelo Sympla.  

No dia anterior, 12/3, será realizado o concerto de abertura da série BEETHOVEN 250, no Teatro Castro Alves (TCA).  A Orquestra NEOJIBA será regida pelo maestro italiano Edoardo Rosadini, tendo Ricardo Castro como solista ao piano. Eles irão executar o Concerto Nº 5 para piano e orquestra “Imperador”, em seguida a Orquestra apresenta a Quinta Sinfonia, uma das obras mais conhecidas de Beethoven. Os ingressos estão à venda no site do Ingresso Rápido (ingressorapido.com.br), a partir de R$ 5 (meia-entrada). 

Ícone revolucionário

Para Perpetuo, é impossível encontrar alguém que nunca tenha ouvido Beethoven, ainda que de forma indireta, já que todo o fazer musical ocidental é marcado por seu legado. “Beethoven é um dos grandes ícones culturais do Ocidente - sem exagero, podemos considerá-lo da magnitude de um Leonardo da Vinci, Shakespeare ou Goethe. Na música, sua figura acabou moldando nosso próprio conceito de compositor. Ao revolucionar decisivamente a música de seu tempo, ele acabou influenciando no rumo que a história da música teria no futuro, e na maneira como a posteridade enxergaria o passado”. O jornalista defende que não é exagero dizer que uma orquestra sinfônica é um grupo que existe para tocar Beethoven. “Todo o resto do repertório é consequência”. 

Em suas pesquisas sobre a vida do compositor, Perpétuo não deixa de se surpreender com a surdez de um dos músicos mais célebres do Ocidente. “Beethoven não nasceu surdo, foi perdendo a audição gradualmente. No começo da carreira, ele não só ouvia bem, como conseguia tocar piano em público. De qualquer forma, os tratamentos não deram certo, a situação só piorou, e algumas de suas obras-primas, como a Nona Sinfonia, ele criou em estado de surdez. Jamais conseguiu ouvi-la”. 

Mas o que aconteceria se esse gênio de temperamento difícil vivesse na era das redes sociais? O compositor correria o risco de ser “cancelado”? Perpétuo imagina que Beethoven “certamente arrumaria ‘tretas’ o tempo todo”. “Não sei o que seria mais comum: ele querer ‘cancelar’ os desafetos ou ser ‘cancelado’ por eles”.

Sobre Irineu Perpetuo

Especializado em música de concerto, Irineu Franco Perpetuo é colaborador da revista Concerto e da Folha de São Paulo.  Ele é autor de “História concisa da música clássica brasileira” (Alameda Editorial, 2018), “Cyro Pereira, Maestro” (DBA Editora, 2005), dos  audiolivros “História da Música Clássica” (Livro Falante, 2008), “Alma Brasileira: A Trajetória de Villa-Lobos” (Livro Falante, 2011), “Chopin: O Poeta do Piano” (Livro Falante, 2012), e coautor de “O Futuro da música depois da morte do CD” (Momento Editorial, 2009) e “Populares & Eruditos” (Editora Invenção, 2001). 

Irineu também é jurado de concursos de música, como o Prelúdio, da TV Cultura, e dá palestras nos concertos internacionais da Sociedade de Cultura Artística e nas óperas do Teatro Municipal de São Paulo.

Sobre a série BEETHOVEN 250
 
Até dezembro de 2020, os baianos terão o privilégio de ver, em Salvador, grandes nomes da música de concerto interpretando as obras do compositor, como a pianista argentina Martha Argerich, o maestro brasileiro John Neschling, o violoncelista brasileiro Antonio Meneses, a pianista portuguesa Maria João Pires, o maestro brasileiro Isaac Karabtchevsky, o violinista francês David Grimal e o pianista baiano Ricardo Castro. Os concertos acontecem no Teatro Castro Alves. 

A obra de Beethoven também será apresentada gratuitamente no Parque do Queimado e discutida numa série de palestras com especialistas. 

Sobre o NEOJIBA

Criado em 2007, o NEOJIBA (Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia) promove o desenvolvimento e integração social prioritariamente de crianças, adolescentes e jovens em situações de vulnerabilidade, por meio do ensino e da prática musical coletivos. O programa é mantido pelo Governo do Estado da Bahia, vinculado à Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social e gerido pelo Instituto de Desenvolvimento Social Pela Música.

Em 12 anos de atuação, o NEOJIBA atendeu, direta e indiretamente, cerca de 10 mil crianças e jovens entre 6 e 29 anos.  As apresentações das suas quatro formações orquestrais e dos seus núcleos de prática musical já foram vistas por mais de 830 mil pessoas no Brasil e no exterior.

Serviço:
Palestra sobre a vida e obra de Beethoven com o jornalista Irineu Perpetuo
Dia 13 de março, às 19h, aberta ao público, com prioridade para membros do Círculo.
Sala NEOJIBA, Parque do Queimado, Liberdade.


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