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Em fim de semana memorável, NEOJIBA realiza duas apresentações com o violinista francês David Grimal

  • 29 mai, 2023

Um mar de encantos e maravilhas encheu a Igreja de São Francisco, no Pelourinho, no último sábado (27), e cada músico da Orquestra NEOJIBA foi o seu próprio timoneiro. Foi assim que Ricardo Castro, diretor-geral do programa do Governo da Bahia, definiu aquela noite. Sob direção do violinista francês David Grimal, a orquestra se apresentou sem maestro, num movimento individual e coletivo de emancipação. 

Os músicos interpretaram duas grandes obras de Beethoven, o  “Concerto para violino em ré maior”, que teve Grimal como inspirado solista, e a famosa “Sinfonia n.6 - Pastoral”. A obra, que evoca sons dos campos e florestas, fez coro com o tema escolhido pelo NEOJIBA para este ano: “A Natureza”. O público, que lotou a igreja, emocionou-se com a apresentação.

O senador Jaques Wagner, em cujo governo foi criado o NEOJIBA, fez questão de comparecer ao concerto. “Me sinto muito orgulhoso de ter ajudado a plantar essa semente. Para mim, é uma alegria ver a nossa juventude tocando em salas lá fora e fazendo concertos importantes como o de hoje”.  

No domingo (28), aconteceu mais uma apresentação memorável, desta vez no Parque do Queimado, sede do programa. O recital “Música para a Alma” reuniu Grimal e Ricardo Castro ao piano.  Eles mostraram porque são considerados dois dos maiores  instrumentistas da atualidade, com interpretações marcantes de peças de Arvo Pärt, J.S. Bach, Beethoven e Olivier Messiaen.  

O cantor Flávio Venturini, que assistiu à apresentação, aceitou o convite para subir ao palco e cantou a bela “Nascente”, composta por ele e por Murilo Antunes. “Fiquei muito feliz de conhecer o NEOJIBA e o maestro Ricardo Castro. Estou encantado com essa possibilidade de trazer música para comunidades, e música de qualidade. Foi maravilhoso. Deu muita vontade de interagir mais com a orquestra. Parabéns a Bahia por tudo isso que está acontecendo aqui”.

Bruno Monteiro, secretário de Cultura do Governo da Bahia, viu pela primeira vez um concerto no Parque do Queimado. “Foi incrível, fiquei em êxtase.O NEOJIBA tem esse encantamento, esse poder de transformação por meio da música, que já mudou a vida de mais de 12 mil meninos e meninas que passaram por aqui, suas famílias e toda a população que tem acesso a isso. É algo que quebra paradigmas. A música clássica, a boa música, é para todos. Um país rico é um país que não desperdiça os seus talentos. E o NEOJIBA valoriza talentos de uma forma encantadora. Nós queremos, como secretaria de Cultura, estarmos juntos para fortalecer esse programa, para que ele chegue a mais lugares”. 

 

Música e amor

Para a professora Deolinda Vilhena, professora da Escola de Teatro da Ufba, esse foi um fim de semana inesquecível. “É maravilhoso que a gente tenha tido em Salvador, no sábado e no domingo, dois espetáculos gratuitos e excepcionais. O que aconteceu na Igreja de São Francisco poderia ter acontecido em qualquer palco do mundo. Precisamos de gente para falar de música e amor como eles fizeram, como David Grimal e Ricardo Castro fizeram no Parque. Foi uma maravilha”.

Esta foi a segunda vez que Grimal esteve em Salvador. Ele já havia se apresentado na cidade em 2021, também a convite do NEOJIBA. Agora, o violinista pôde vivenciar o cotidiano do Parque do Queimado e acompanhar por uma semana os ensaios da orquestra, exercitando a metodologia que criou para a Les Dissonances, que se apresenta desde 2004 sem maestros. “O NEOJIBA é especial, é único no mundo para mim. Essas crianças têm histórias de vida muito difíceis e quando nós tocamos, cria-se um espaço de amor. Isso é algo que nós não vemos em outros lugares”. 
 

Sobre o NEOJIBA

Criado em 2007, o NEOJIBA (Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia) promove o desenvolvimento e integração social prioritariamente de crianças, adolescentes e jovens em situações de vulnerabilidade, por meio do ensino e da prática musical coletivos. O programa é mantido pelo Governo do Estado da Bahia, vinculado à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, e gerido pelo Instituto de Desenvolvimento Social Pela Música. Em quase 16 anos, o NEOJIBA atendeu, direta e indiretamente, mais de 12 mil crianças, adolescentes e jovens entre 6 e 29 anos. Atualmente, o programa beneficia 2.300 integrantes diretos em seus 13 núcleos, e 4.500 indiretos em ações de apoio a iniciativas musicais parceiras.


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