O archetier Henry Guerra ministra aulas na Luteria do NEOJIBA

  • 28 out, 2019

O archetier Henry Guerra ministra aulas na Luteria do NEOJIBA

Um dos melhores construtores de arcos musicais do mundo

ensina suas técnicas a integrantes do Atelier Escola de Lutheria do NEOJIBA

 

O paraibano Henry Guerra, 45 anos, radicado na França há 15 anos, referência mundial no mundo da música na criação e construção de arcos de madeira para instrumentos de corda, esteve na Bahia semana passada (20 a 23/10) para dar aulas na Luteria do NEOJIBA que fica no bairro do Barbalho.

Se você é músico ou atua na área, com certeza tem conhecimento sobre termos como luthier, luteria, archetier, palavras originadas da língua francesa. Mas se não é, a gente explica!

Luthier é o profissional, no seu termo original, especializado na construção e no reparo de instrumentos de corda com caixa de ressonância como violão, violino, viola e outros semelhantes. O termo veio da língua francesa “luth”, que significa “alaúde”, um instrumento de cordas de origem muito antiga. Antes utilizado especificamente para fabricantes de alaúde, hoje em dia o termo “luthier” é um termo abrangente para profissionais que constroem e reparam todos os instrumentos musicais.

Luteria é o local onde o luthier trabalha e onde se fabrica e/ou repara instrumentos de corda com caixa de ressonância.

Archetier é o profissional que constrói os arcos de madeira utilizados pelos músicos na execução de instrumentos de corda.

Henry Guerra é violinista, mas hoje em dia só toca por hobby. A sua especialização como archetier o tornou profissional na construção de arcos. “O fato de também ser músico e tocar violino facilita e permite uma melhor concepção e realização do meu trabalho. Afinal, produzo algo com consciência do modo que o produto será utilizado”, afirma Guerra.

Os arcos podem ser feitos de vários modelos, dentro das necessidades do instrumento e do músico que vai utilizá-lo. Nos dias em que o archetier passou na luteria do NEOJIBA, ele criou com a turma um arco especial para ser utilizado pelos integrantes do Programa, carinhosamente batizado de “Arco NEOJIBA”.

Jéssica Almeida, 28 anos, que há 10 anos está no Programa, já foi violista da OCA, Orquestra Castro Alves, e há sete anos é instrutora na lutheria, não atuando mais como violista. Perguntada se tem saudade de tocar, ela responde: “A gente tem de manter o contato com o instrumento, até para ajudar no trabalho como archetier, mas fazer manutenção, restauração e construção de ferramentas para a produção musical me realiza. Esta semana foi muito especial. A forma maravilhosa e inovadora com que o archetier Henry Guerra lida com os arcos só nos incentiva”, diz a jovem que começou seu contato com a música, na adolescência, no Projeto Estrelas Musicais no bairro do Nordeste de Amaralina.

Além de violinista por hobby, archetier por profissão, nordestino de nascimento e coração, Henry Guerra é voluntário por vocação. Ele participa de alguns programas sociomusicais com jovens, na Região Nordeste do Brasil. Leva seus conhecimentos técnicos e valores motivacionais, ensinando que é possível uma cidadania mais digna, com ofício, arte e cultura. 

“Para mim, não tem preço, nem salário que pague a possibilidade de compartilhar conhecimento com pessoas que precisam, com jovens em situação de vulnerabilidade. É com eles que sigo aprendendo”, relata Henry Guerra.

O NEOJIBA acredita no “Aprende quem ensina”! Com este lema, o Programa do Governo do Estado, vinculado à Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, gerido pelo Instituto de Ação Social Pela Música, e que em 12 anos já beneficiou mais de 10 mil jovens em situações de vulnerabilidade, segue aprendendo, ensinando e contando com a participação de profissionais de excelência que contribuem para a concretizar o sonho de muitos jovens, cidadãos do mundo. 

 


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