APRESENTAÇÃO
Criado em 2018, o projeto Meninas na Música é uma iniciativa do programa NEOJIBA, com patrocínio da AVON e apoio do Instituto Avon, que tem como intuito promover a equidade de gênero e o empoderamento feminino no universo da música.
Desde então, o Meninas na Música já foi realizado duas vezes. No ano de 2018, aconteceu a primeira edição, de forma presencial, quando 16 professoras e musicistas estiveram em Salvador para compartilhar experiências, realizar masterclasses e ensaios com as principais formações musicais do programa NEOJIBA. No campo socioassistencial, foram realizadas 18 oficinas, para um público de 425 adolescentes e jovens. Outra ação inovadora foi a construção de uma campanha de sensibilização sobre a importância da igualdade de gêneros a partir das oficinas de audiovisual, que foram ministradas aos participantes do programa com o objetivo de promover o protagonismo dos jovens na mobilização em torno da causa.
Em 2020, ocorreu a 2ª edição do projeto, que contou com 72 horas de aulas ministradas pelas musicistas convidadas, além de onze oficinas socioeducativas com integrantes e familiares e mais quatro aulas públicas transmitidas através do facebook do programa. Devido a pandemia da COVID-19, as ações foram realizadas através de plataformas digitais.
Integrantes do NEOJIBA puderam interagir e desenvolver seus conhecimentos e técnicas com 28 musicistas renomadas do Brasil e do exterior
durante as duas edições do Meninas na Música, em 2018 e 2020. A maioria delas toca instrumentos ou assume funções historicamente ocupadas por homens.
Com um público estimado em cerca de 355 espectadores, foram realizados, em 2018, concertos em homenagem a mulheres musicistas e compositoras, em 12 Núcleos.
As apresentações contaram com canções criadas e interpretadas por grandes artistas como Chiquinha Gonzaga, Elis Regina, Daniela Mercury, entre outros
grandes nomes da música brasileira e internacional.
Nas duas edições, em 2020 e 2018, o Meninas na Música realizou 30 oficinas socioeducativas com temas como "Empoderamento feminino",
"Cuidados com o corpo","Direitos das mulheres", "Gestação na adolescência", "Diversidade e afetividade".
As oficinas contaram com a presença de 1482 crianças, adolescentes e jovens que integram o NEOJIBA e seus familiares.
Os Núcleos Liberdade, CESA, Nordeste de Amaralina e Cordas Dedilhadas receberam oficinas educativas em audiovisual, que contaram com a participação
de 72 crianças e adolescentes em 2018. Com uma carga horária de 3 horas semanais, as oficinas abordaram o contexto feminino na música e contaram com envolvimento,
dedicação e criatividade dos jovens no processo de criação do roteiros e captação de imagens.
“É grandioso ver essa referência porque é uma representatividade que mexe. Você olha e vê que tem uma mulher a frente de algo que é de liderança, onde a gente enxerga que a maioria são homens. Ter uma mulher nesse lugar é muito grandioso pra gente, pra outra mulher que está assistindo, pra quem está sendo capacitado e aprendendo com outra mulher. É muito importante.”
"Eu sempre via homens regendo, homens tocando bateria, homens tocando saxofone, hoje em dia mudou. Na minha visão das coisas - e o NEOJIBA está ajudando bastante nisso - você ver que várias meninas têm o potencial, podem, vão e fazem é muito bom. A gente se identifica e quer sempre estar ali fazendo e participando também, mostrando que a gente pode e que a gente tem capacidade.”
“Acredito que essa iniciativa do Meninas na Música é fundamental para que a gente comece a construir a equidade de gênero. Fez total diferença na minha carreira ter mulheres como exemplo. Hoje, poder fazer parte desse outro lado é incrível e mostra que a gente pode sim chegar onde a gente quer”.
"Infelizmente, ainda existe preconceito com mulheres tocando. Quando uma mulher se destaca em meio a um naipe em que homens predominam, isso incomoda. O Meninas na Música foi de uma importância imensa. Nós pudemos compartilhar histórias, experiências, conhecimentos. Pudemos ser ouvidas e entendidas".
“A reflexão e a discussão sobre empoderamento feminino em todos os ramos é importante. Trazer isso para o contexto musical e educacional é fundamental.”
"Temos poucas mulheres ainda, mas isso está mudando rapidamente agora. Acho que o impulso que faltava as regentes da minha geração deram. O Primeiro Simpósio de Mulheres Regentes foi muito importante porque se discutiu os aspectos diversos da nossa profissão, os preconceitos que a gente sofre, e isso foi uma chamada de consciência e atenção para todo o meio musical internacional."
“Estou muito contente por ser convidada para participar do projeto Meninas na Música porque considero uma oportunidade importante de mostrar o que as mulheres, em diferentes partes da América do Sul, estão fazendo no mundo.”
“Esse é um projeto de extrema importância para exaltar e valorizar as mulheres que hoje conseguiram conquistar um espaço no mercado de trabalho e principalmente para mostrar que apesar das dificuldades, é possível chegar onde queremos”.
"Estava num grande impasse entre a física e a música. Ver a forma como Gabriele toca e ensina me cativou. Eu me vi muito nela, como mulher preta. A música ainda é algo elitista em nosso país e ter alguém como ela alcançando grandes espaços me traz mais segurança para seguir nesse caminho. O Meninas na Música nos traz para esse espaço mais acolhedor, nos permite sonhar e crer que somos capazes de qualquer coisa".
“Há muitas profissões que foram negócios de homens antes de serem negócios de mulheres e, pouco a pouco, as mulheres entraram nas esferas profissionais de uma forma bastante impressionante por uma década. Na música, as maestrinas são cada vez mais numerosas, especialmente há cerca de quinze anos. Muitas mulheres regem orquestras e são apreciadas pelo seu talento. Hoje a ideia de que as mulheres podem ter absolutamente qualquer profissão evoluiu muito.”
“Acho essencial que haja incentivos para a equidade de gênero e empoderamento feminino no universo da música de concerto. Apesar de as coisas terem melhorado muito, ainda é possível vermos o resultado de um tempo em que às mulheres não era permitido fazer música profissionalmente”.
“Equidade de gênero é um assunto urgente dentro do meio musical brasileiro. É nosso papel dar visibilidade para as meninas, mostrar pra elas que existe um caminho. Acredito na força que nós temos para mudar essas estruturas para que a gente consiga ter uma sociedade mais igualitária. Esse projeto é de extrema importância e pra mim foi muito especial ter participado dele”.